UniRitter, do Rio Grande do Sul, se une à rede Laureate
O Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), com campi em Porto Alegre e na cidade vizinha de Canoas, anunciou ontem a integração à rede americana de ensino superior Laureate International Universities. Em troca, a instituição gaúcha receberá R$ 50 milhões ao longo de dois a quatro anos para investimentos em infraestrutura, equipamentos e recursos humanos, além do reforço da área de pesquisa e da expansão dos cursos de graduação e pós-graduação.
O reitor do UniRitter, Flávio D”Almeida Reis (que permanecerá no cargo), e o presidente da Laureate no Brasil, Luís Lopez, trataram o acordo como "associação" e não revelaram a participação final de cada sócio na operação. Com 50 instituições e 600 mil alunos em 24 países, a rede americana que tem o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, como embaixador honorário, terá representação na diretoria executiva e na mantenedora da UniRitter, a Sociedade de Educação Ritter dos Reis.
Fundada em 1971 por Romeu Ritter dos Reis, pai do atual reitor, a instituição gaúcha é agora a 11ª integrante da rede Laureate no Brasil, que inclui ainda as universidades Anhembi Morumbi (SP), Potiguar (RN) e Salvador (BA), além de faculdades como a Potiguar da Paraíba (PB) e dos Guararapes (PE) e dos centros universitários Uninorte (AM) e IBMR (RJ). No Rio Grande do Sul, o grupo americano já havia incorporado a Escola Superior de Administração, Direito e Economia (Esade), de Porto Alegre, em 2008.
A negociação concluída ontem começou por iniciativa da Laureate há cerca de um ano e meio, logo depois da incorporação da Esade. O acordo exigiu a alteração do contrato social da UniRitter de instituição sem fins lucrativos para entidade com fins lucrativos, mas os sócios concordaram em reinvestir os resultados na própria operação. Em 2008 a família controladora chegou a negociar a venda do centro universitário gaúcho para a Anhanguera Educacional, de São Paulo, mas as tratativas não prosperaram.
O objetivo da Laureate também é transformar a UniRitter em universidade, o que exigirá principalmente investimentos em pesquisa científica, explicou Lopez. Com 220 professores, o centro tem 6,5 mil alunos e já oferece 11 cursos de graduação, como administração, arquitetura, direito, engenharia civil, informática e letras. Mantém ainda 30 programas de pós-graduação "lato sensu", dois cursos de mestrado (letras e design) em operação e dois em implantação (arquitetura e direito) e está preparando o lançamento de um doutorado em letras.
Segundo o presidente da Laureate no Brasil, o plano é abrir novos cursos em áreas como ciências da saúde, engenharia e hotelaria e oferecer oportunidades de intercâmbio para os alunos com as demais instituições que compõem a rede nas Américas, na Europa e na Ásia "Precisamos de mais algumas opções de cursos", reforçou Reis, que calcula em cerca de cinco anos o período necessário para a conversão do centro em universidade. De acordo com ele, a associação garante "musculatura" para a expansão da UniRitter, que assim como a rede americana não revelou seu faturamento anual.
(Sérgio Bueno | Valor)
