Zona sul tem 60% de novos comerciais

Se você busca uma nova sala comercial em São Paulo, provavelmente encontrará um espaço na zona sul da cidade. De janeiro de 2009 a setembro deste ano, a região recebeu 59,77% dos imóveis lançados na capital e 7.429 conjuntos – ou 54,6% do total -, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
 
Com sete lançamentos, a Vila Olímpia atraiu o maior número de empreendimentos no período. "Em termos de localização e definição de produto, estamos atuando muito forte nesta região", diz o gerente de novos negócios da incorporadora BNCorp, Danilo Camargo.

A empresa investe em edifícios com pequeno gabarito de altura em terrenos de aproximadamente 3 mil metros quadrados para a ocupação de apenas uma empresa. "Os projetos trazem um conceito de exclusividade e de arquitetura mais refinada que o usuário acaba reconhecendo o seu valor." O executivo vê também boas possibilidades para esses imóveis em áreas como Pinheiros e Vila Madalena.

No Brooklin, na zona sul da cidade, Camargo destaca a diversificação do perfil dos empreendimentos. Desde 2009, o bairro, com forte ocupação residencial, teve seis lançamentos e 769 novos conjuntos. "As áreas tendem se tornar autossustentáveis, e o comerciais darão suporte."

A zona oeste foi atraente para 18 novos empreendimentos e 3.159 salas desde janeiro de 2009 – duas vezes mais do que a zona norte, terceira região mais procurada pelas incorporadoras. Só em Pinheiros – alvo de investimentos públicos de infraestrutura, como a chegada da linha 4-Amarela do metrô – houve seis lançamentos e 630 conjuntos no período. Vendidos a R$ 10.307,73 o metro quadrado, os espaços comerciais têm em média 43,58 metros quadrados.

Corredores. Independentemente da zona, todos os especialistas concordam: o ponto do empreendimento é o diferencial para o sucesso ou o fracasso de um edifício comercial.

De acordo com o vice-presidente de Incorporação do Sindicato da Habiação (Secovi-SP), Ely Wertheim, a escolha de ruas movimentadas em bairros de grande população é, em geral, boa opção para novos edifícios.

Os populosos Santo Amaro e Santana tiveram o maior número de salas lançadas em São Paulo desde janeiro de 2009. O bairro da zona sul foi o destino de 1.149 conjuntos; o da zona norte, de 1.071 novos espaços.

"Se o imóvel é bem localizado, ele terá demanda porque há carência por escritórios (nos prédios), explica Wertheim ." A falta de segurança das casas é, segundo ele, uma das razões para a procura de profissionais liberais por conjuntos nos edifícios.

Em busca de movimento, a incorporadora Even lançou o ARQ Moema, com cem salas na esquina das avenidas Rouxinol e Santo Amaro. Desde 2009, a empresa tem outros cinco empreendimentos em regiões como Jardins e Vila Mariana. "No mercado de salas, procuramos terrenos bem localizados. A demanda vai existir enquanto o País crescer", diz o diretor de Incorporação da Even, Ricardo Grimone.

Apenas a menor parte das 13.603 salas lançadas no período devem ser adquiridas por pequenas empresas e profissionais liberais. "Até dois anos atrás, 65% da venda eram destinadas a usuários finais. Hoje, isso mudou. Praticamente 70% dessas salas são compradas por investidores", diz a vice-presidente da consultoria imobiliária Colliers, Sandra Ralton.

Para Wertheim, a rentabilidade dos imóveis é o principal atrativo para os novos compradores: "A tendência é de queda de juros. Se a pessoa aplica dinheiro no banco, tem uma remuneração baixa. E ela pode fazer renda com uma sala".

O sucesso dos investimentos, no entanto, não é garantido, segundo Sandra. "Um bom produto numa boa praça consegue ser vendido. Mas houve lançamentos em áreas mais alternativas. Pode haver uma superoferta de comerciais de salas", alerta.

Preços. De uma zona para outra, o preço do metro quadrado varia consideravelmente. Os conjunto no centro, por exemplo, custam em média 55% a mais do que as salas lançadas na zona leste. E o metro quadrado na Vila Marina, avaliado em R$ 14,211,40, é mais do que o dobro do cobrado em regiões como o Jabaquara, também na zona sul. "Mas não haverá ajustes grandes. O preço vai acompanhar a economia", diz Wertheim.

(Gustavo Coltri l O Estado de S. Paulo)

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