5 companhias infiltradas no concorrente

Entrar no capital de seus rivais é estratégico para algumas empresas.

Acesso a informações, desejo de influir em decisões importantes, tentativas de promover fusões. Há vários motivos para que uma empresa queira se infiltrar em um concorrente.
 
Na semana passada, por exemplo, a grife de luxo Hermès anunciou que vai novamente colocar um membro da família no comando da marca para protegê-la das garras da rival Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH). Em 2010, a grife comprou 20% da Hermès.
 
No Brasil, a CSN, desde 2010, vinha comprando participação na Usiminas, sua principal concorrente no setor de siderurgia no país.

Veja 5 companhias infiltradas em suas concorrentes.

LVMH na Hermès

Desde outubro de 2010, sem fazer muito alarde, a LVMH vem comprando pequenas fatias da Hermès. A grife já investiu mais de 1,4 bilhão de euros na concorrente e justificou o negócio como estratégico, já que considera a Hermès  a “joia” da indústria de luxo no mundo.
 
No ano passado, a participação da companhia cresceu para quase 22% e a Hermès decidiu reagir. Diante do avanço gradual da LVMH sobre a empresa, cerca de 100 membros da família Hermès reagiram e criaram a H51.
 
A holding da família Hermès detém 50,2% da companhia e garante, até 2031, aos acionistas envolvidos a preferência pela compra das ações, caso alguém tenha a intenção de se desfazer delas.
 
Outra estratégia adotada pela grife foi nomear novamente um membro da família para comandar a empresa. Axel Dumas, membro da sexta geração da família Hermès, deve assumir como CEO da grife a partir do próximo ano.
 
CSN na Usiminas

Se não fosse o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibir a CSN de comprar mais ações da concorrente Usiminas, hoje a participação de 20,1% que tem a CSN já poderia ser maior.
 
Desde 2010, a CSN vinha comprando pequenas quantidades de ações da Usiminas e, apesar de ter declarado publicamente que não pretendia ter mais de 10% da concorrente, a participação foi duas vezes maior que isso.
 
Em abril deste ano, o Cade suspendeu todos os direitos que CSN tinha na Usiminas por conta de sua participação acionária, com exceção do recebimento de dividendos.
 
Caso a CSN descumpra as restrições impostas, ela poderá ser multada em 10 milhões de reais. Além disso, terá de pagar 100.000 reais por dia de descumprimento.

Camargo Corrêa na Cimpor

No começo de 2010, a Camargo Corrêa, que tem um braço no setor de cimento, comprou, por 1 bilhão de reais, 22,2% da cimenteira portuguesa Cimpor. Na ocasião, a empresa brasileira não descartou unir as operações das duas companhias.
 
No final de março deste ano, a Camargo Corrêa apresentou uma Oferta Pública para Aquisição de Ações (OPA), em Portugal, para assumir o controle da Cimpor. O negócio pode movimentar 1,5 bilhão euros.

Abu Dhabi Etihad Airways na Virgin Australia

A companhia aérea Etihad Airways Abu Dhabi elevou sua participação na Virgin Australia para 4,99% nesta semana.
 
As duas companhias disputam rotas no Golfo. Segundo a Abu, a intenção é ter pelo menos 10% de participação nos concorrentes. 

"Estamos interessados na construção de uma  participação maior  ao longo do tempo, mas só vamos fazer isso depois de receber as aprovações regulatórias necessárias", disse a companhia, em nota recentemente divulgada ao mercado.

Vodka Russian Standard na CEDC

No final do ano passado, a Vodka Russian Standard, companhia de bebidas, comprou uma participação de 9,9% da rival polonesa Central European Distribution Corp (CEDC).
 
A CEDC, no ano passado, perdeu 80% de seu valor de mercado e precisou por duas vezes rever suas expectativas para o ano.
 
Na ocasião da compra, a Standard chegou a afirmar que a aquisição era estratégica e que pretendia comprar mais ações da concorrente.

(Daniela Barbosa | Exame)
 

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