Venda dos principais lotes do 4G soma R$2,56 bi

A venda dos quatro principais lotes voltados para telefonia móvel de quarta geração (4G) levantou 2,56 bilhões de reais nesta terça-feira no leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

As operadoras Claro, Oi, TIM e Vivo foram as vencedoras para operar na frequência a partir de 2,5 gigahertz (GHz) para cobertura nacional em 4G.

Para o presidente da Anatel, João Rezende, o resultado desses quatro lotes superou as expectativas. "Foi melhor do que esperávamos", disse ele a jornalistas durante o leilão.

Os quatro lotes, considerando que não houve propostas pelo lote 1 da frequência de 450 MHz destinada para telefonia e banda larga em regiões rurais, também incluíram esta faixa do espectro, como previa o edital.

A maior disputa, entre Vivo e Oi, deu-se pelo lote 3, da banda X, arrematado pela primeira por 1,050 bilhão de reais, com ágio de 66,6 por cento ante o preço mínimo proposto pela Anatel.

Desta forma, a empresa do grupo Telefônica levou também a outorga da frequência de 450 MHz para operar nestas regiões em diversos Estados das regiões Nordeste e Sudeste, incluindo São Paulo (códigos de área 13 a 19).

O segundo maior ágio, de 34 por cento, foi pago pela Claro para levar, por 844,52 milhões de reais, o lote 2, conquistando também a autorização para 450 MHz em áreas rurais em Estados do Norte e Nordeste, além de São Paulo (códigos de área 11 e 12).

Os lotes 2 e 3 eram considerados os principais por terem bandas com maior largura de frequência, de 20 MHz, o que permite mais capacidade para a rede das operadoras.

A TIM pagou 340 milhões de reais (ágio de 7,9 por cento) para levar o lote 4. Com isso, também poderá atender áreas rurais com a frequência de 450 MHz nos Estados de Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina.

A Oi, por fim, desembolsou 330,85 milhões de reais, com ágio de 5 por cento, para ficar com o lote 5, que na cobertura rural abrange a região Centro-Oeste e o Rio Grande do Sul para 450 MHz.

Os serviços de banda larga de quarta geração devem estar em operação nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, e foram uma das exigências da Fifa quando o Brasil foi anunciado como anfitrião da Copa do Mundo.

Apesar disso, visto a fraca demanda por alguns dos lotes regionais, não deve ser alcançado o preço mínimo estabelecido pelo governo, de 3,85 bilhões de reais por todos os lotes, disse Rezende.

LOTES REGIONAIS

O grupo Sky já arrematou pelo menos 10 lotes regionais nesta terça-feira, a maior parte sem disputa.

A Sunrise Telecomunicações entrou na disputa com a Sky pelo lote 133, que inclui municípios do interior de São Paulo. Mas a Sky acabou levando o lote regional paulista por 19,950 milhões de reais, com ágio de 116 por cento ante o preço mínimo pedido pela Anatel.

Mas a Sunrise, do grupo do megainvestidor George Soros, depois arrematou seus primeiros lotes no leilão. A empresa pagou 5,094 milhões para levar o lote 134, que compreende municípios do Vale do Paraíba e do litoral norte de São Paulo. O ágio foi de cerca de 36 por cento.

Em seguida, a Sunrise levou, por 14 milhões de reais, o lote 141, que também contempla áreas do interior paulista.
 

(Sérgio Spagnuolo e Leonardo Goy | Reuters)

 

 

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