Marriott reajusta o foco no Brasil

Uma das maiores redes de hotéis do mundo, com 3,8 mil empreendimentos em 73 países, a americana Marriott está confirmando um plano de expansão para o Brasil, elaborado há quase dois anos. Desde então, ele entrou em compasso de espera. A ideia é abrir 50 hotéis no país, em dez anos, com potencial de investimento de ao menos US$ 500 milhões, com a ajuda de parceiros, investidores e franquias.
 
"Talvez estejamos um pouco atrasados por aqui, mas, para nós, o tempo do Brasil é agora", afirmou ao Valor Rob Steigerwald, principal executivo da Marriott para as Américas, Região Sudeste. Há 15 anos no país, a rede americana conta com apenas quatro hotéis – três em São Paulo (Renaissance São Paulo Hotel, São Paulo Airport Marriott Hotel e Marriott Executive Apartaments) e um no Rio de Janeiro (JW Marriott).
 
De acordo com o executivo, enquanto não investia de forma mais agressiva no Brasil, a Marriott estava dando prioridade a outras regiões do mundo, como no mercado americano. Ele conta que ainda não foram definidos os locais para os novos empreendimentos.
 
Como exemplo de porte de cidades que a rede americana está buscando, Steigerwald cita São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte.
 
A exemplo do que outras redes internacionais têm feito no país, grande parte dos novos empreendimentos da Marriott programados para o Brasil serão da bandeira econômica Farfield by Marriott. O pontapé para essa estratégia foi dado em novembro de 2011.
 
Foi quando a rede americana anunciou uma parceria com a incorporadora PDG Realty. O objetivo é desenvolver cinco hotéis das bandeiras Farfield by Marriott ou Courtyard a partir de 2014. As cidades que deverão receber os empreendimentos são Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba, Manaus e Vitória.
 
A Marriott também vai investir em reformas no país. Até o ano que vem, os quatro hotéis da rede vão receber um investimento de R$ 27,5 milhões, em reformas. Em dezembro, nomeou um executivo específico para cuidar dos negócios no Brasil, Gil Zanchi, que tem feito aulas diárias de português.
 
"A América Latina está com uma performance muito boa no primeiro trimestre. A região está entre as com melhor desempenho em todo o mundo para nós. E o Brasil lidera esse caminho", afirma Steigerwald. O executivo também cita os Estados Unidos e a Ásia-Pacífico com desempenhos similares ao do mercado latino-americano.
 
De acordo com ele, a América Latina acompanhou no primeiro trimestre do ano o crescimento global entre 6% e 8% da receita por apartamento disponível (revpar). Esse índice mede a rentabilidade de uma rede hoteleira por meio da combinação entre a taxa de ocupação e a diária média dos empreendimentos.
 
Em dezembro do ano passado, a Marriott anunciou o lançamento de uma nova bandeira no país, a Autograph. Nesse caso, porém, trata-se de uma parceria com o Hotel & Spa do Vinho Caudalie, em Bento Gonçalves (RS), que passou a integrar a carteira de hotéis de luxo com essa marca. No empreendimento, que funciona como um spa temático, são oferecidos banhos de relaxamento com vinho.
 
A Marriott apresentou lucro líquido de US$ 104 milhões no primeiro trimestre de 2012, ante US$ 101 milhões de igual período de 2011. O faturamento da rede americana ficou em US$ 2,5 bilhões, ou US$ 100 milhões a mais do que em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
 
No encerramento do ano passado, a Marriott reportou lucro líquido de US$ 475 milhões, uma expansão de 23% na comparação com o ano anterior. O faturamento da empresa foi de US$ 11 bilhões, um crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior.

(Valor)

 

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