A agência que nasceu num posto de gasolina

"Um mês sem homem" foi o nome inusitado da campanha publicitária criada pela agência carioca Binder para o grupo de shopping centers Ancar Ivanhoe na época da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Como resultado, 13 shoppings da Ancar envolvidos na campanha aumentaram suas vendas em 18,1%, em média, no período maio-junho do ano passado em relação ao mesmo período de 2009. A campanha é um bom exemplo da receita encontrada pela Binder para crescer.

A primeira ação para a Ancar consistiu em lançar quatro filmes curtos em um site temporário, específico para a campanha, nos quais as atrizes Ingrid Guimarães e Maria Clara Gueiros discutiam o que significava o slogan "um mês sem homem". O sócio da Binder, Flávio Cordeiro, disse que o site recebeu mais de 130 mil visitas no período da promoção – o consumidor que fazia compras acima de R$ 150 nos shoppings do grupo, concorria a uma viagem à África do Sul.

Depois da web, a campanha foi para as mídias tradicionais. Foi a primeira vez que a Ancar fez uma promoção unificada com um grande número de shoppings.

A campanha, que acabou sendo eleita o melhor caso de marketing da América Latina em 2010 pelo Conselho Internacional de Shopping Centers (ICSC na sigla em inglês), foi comemorada por Cordeiro e os três sócios Glaucio Binder, Chico Abréia e Marcos Apóstolo. O prêmio chegou quando a agência somava nove anos.

Glaucio Binder era um publicitário experiente quando, em 1991, resolveu fundar o próprio negócio. As primeiras reuniões eram realizadas em uma loja de conveniência de um posto de gasolina na rua Barão do Flamengo, no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio. Mas não demorou e ele mudou-se para um escritório com quatro salas alugadas em Ipanema.

Hoje a Binder tem 110 funcionários e ocupa um prédio com quatro andares perto da praia na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Posicionada entre as maiores agências de publicidade do Rio, a Binder vai faturar cerca de R$ 120 milhões este ano, com crescimento de 100% sobre 2010. Da receita, 75% vêm do setor privado incluindo empresas da área de indústria, comércio e serviços. Os 25% restantes do faturamento correspondem a contratos com a prefeitura e com o governo do Estado do Rio. A Binder integra um pool de agências que atendem o município e o Estado.

(Francisco Góes | Valor)

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