‘Aporte eleva patamar do PanAmericano’

O aumento de capital de R$ 971 milhões feito pelo BTG Pactual e pela Caixa Econômica Federal no fim de janeiro coloca o PanAmericano em "outro patamar", disse ao Valor o presidente do banco, José Luiz Acar Pedro.
 
"Indiscutivelmente nos ajuda. E já permite ao banco carregar mais carteira [de crédito]", afirmou o executivo, ressaltando que o banco passou a ter patrimônio líquido de R$ 2 bilhões.
 
O PanAmericano entende que precisa ter cerca de R$ 11 bilhões a R$ 12 bilhões rendendo juros dentro do balanço de forma consistente para reverter seu prejuízo operacional, que no quarto trimestre ainda foi de R$ 283 milhões, praticamente em linha com o resultado operacional negativo do terceiro.

Em termos de originação não há problemas. O banco gerou uma média de R$ 632 milhões de novos empréstimos por mês ao longo do segundo semestre de 2011. O que atrasava o alcance do objetivo do banco era a capacidade de reter os empréstimos.

Ao longo de 2011, por exemplo, o banco vendeu R$ 6,5 bilhões em carteiras sem coobrigação em caso de inadimplência.

Ainda assim, o PanAmericano conseguiu fechar o ano com R$ 8,7 bilhões em empréstimos rendendo juros no balanço, com alta de 30,9% sobre o saldo retido em março, logo após a nova administração assumir o banco.
 
O aporte de R$ 971 milhões feito por BTG e Caixa fazem parte do aumento de capital de até R$ 1,8 bilhão que será submetido aos acionistas em assembleia, e que tem ligação com a compra da Brazilian Finance & Real Estate, do setor de crédito imobiliário. Essa parcela se refere à participação dos controladores em ações ordinárias. Considerando o dinheiro que ainda pode entrar, o patrimônio do banco subiria para perto de R$ 3 bilhões.
 
Em dezembro, os controladores ainda mantinham um depósito de R$ 620 milhões em conta vinculada no Banco Central para dar suporte ao PanAmericano, que fechou 2011 com índice de Basileia de 10,18%, ainda abaixo do limite mínimo de 11%. Mas esse adiantamento de R$ 971 milhões já deixa o banco com Basileia de 15,14% em janeiro.
 
O banco teve lucro líquido de R$ 13,6 milhões no quarto trimestre de 2011, resultado mais de quatro vezes maior que o ganho de R$ 2,8 milhões apurado no terceiro trimestre.

(Fernando Torres | Valor)
 

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