Aquisições em TI crescem, mas valor dos negócios diminui

O ritmo das fusões e aquisições globais no setor de tecnologia da informação (TI) continua aquecido, mas o valor dos negócios ficou menor: essa é uma das principais conclusões do estudo "Global Technology M&A Update", cujos resultados a consultoria Ernst & Young divulga hoje. O relatório mostra que entre janeiro e março foram anunciadas 628 transações desse tipo no mundo, com crescimento de 14% em relação ao último trimestre do ano passado e de 55% na comparação com igual período de 2009. Foi o quarto trimestre consecutivo de crescimento das fusões e aquisições no setor.

O valor total das transações – levando em conta os 179 negócios cujos valores foram revelados – somou US$ 12,1 bilhões, o que significa uma redução de 66% frente ao trimestre anterior, embora represente um aumento de 145% na comparação com o primeiro trimestre de 2009. Empresas conhecidas como Canon e Samsung figuram como compradoras na lista dos dez maiores negócios, mas só dois deles superaram a marca de US$ 1 bilhão: a da Numonyx pela Micron Technology, no valor de US$ 1,339 bilhão, e a da SkillSoft, que custou US$ 1,112 bilhão a um grupo de investidores liderado pelas empresas Berkshire Partners, Advent International e Bain Capital.

A estratégia da Atomico, a empresa de investimento de Niklas Zennström, de fazer aportes pequenos em várias companhias novatas, pontua o cenário traçado pela Ernst & Young no exterior. "Embora as transações de grande valor tenham ficado mais lentas no trimestre, o setor de tecnologia continua a registrar um crescimento sólido dos acordos – em particular, de acordos pequenos e estratégicos", disse Joe Steger, responsável pela área de transações globais da consultoria, em uma nota.

Empresas de participações vêm buscando acrescentar a seus portfólios companhias com tecnologias inovadoras, na expectativa de vendê-las mais tarde ou abrir seu capital em bolsa. Embora o valor das aquisições feitas especificamente pelas companhias de participações tenha caído 46% no primeiro trimestre frente ao período imediatamente anterior, para US$ 1,9 bilhão, o número de acordos permaneceu o mesmo, com 56 negócios anunciados.

As grandes companhias de TI também estão de olho nas novatas, mas com objetivo diferente. A ideia é absorver tecnologias que possam lhes dar alguma vantagem competitiva em campos de rápido crescimento, como as aplicações para telefones e outros dispositivos móveis. É o caso da Apple, que entrou numa corrida de aquisições com o Google. A dona do iPhone figura entre as dez maiores aquisições do trimestre, com a compra da Quattro Wireless, em janeiro, por US$ 275 milhões.

(João Luiz Rosa | Valor)
 

 

 

 

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