BB negocia para ter 75% do capital total do banco Votorantim

Sócio desde 2008 do banco Votorantim, o Banco do Brasil (BB) fez oferta de R$ 2 bilhões à família Ermírio de Moraes para aumentar sua participação no capital do banco. Hoje, o BB detém 49,09% das ações ordinárias (com direito a voto). Com a operação, manterá essa fatia, passará a ter 100% das ações preferenciais e 75% do capital total.

O grupo Votorantim continuará com o controle do banco, uma vez que manterá 50,01% das ações ordinárias. O novo acordo de acionista, que está sendo negociado entre as partes, dará maior poder ao BB nas futuras decisões do Votorantim. As negociações estão bem avançadas.

A expectativa é que o negócio seja concluído até o fim de maio. O BB anunciou ao mercado, no dia 21 de janeiro, o interesse em ampliar sua fatia no capital do banco Votorantim. Nas negociações, dois bancos de investimento estrangeiros estão assessorando os sócios: o Rothschild, pelo Banco do Brasil, e o JP Morgan, pelo Votorantim.

Na nova configuração, os dois sócios devem manter o mesmo número de representantes que possuem hoje no Conselho de Administração — três de cada um. Não há intenção, também, em mudar o atual CEO do banco, João Roberto Gonçalves Teixeira, que preside a instituição desde setembro de 2011. Ex-executivo do banco Santander, Teixeira foi indicado pelo BB para substituir Wilson Massao Kuzuhara. Sua gestão é bem avaliada pelos sócios.

O Banco do Brasil não tem interesse em deter a maioria das ações ordinárias do Votorantim porque isso significaria estatizar o banco. A estatização dificultaria a gestão do banco, uma vez que o submeteria às regras de funcionamento de órgãos públicos.

O modelo de associação é inspirado na Brasilprev, empresa privada de previdência complementar que o BB possui em sociedade com o grupo americano Principal Financial Group. O BB possui 74,9% do total das ações e o grupo americano, 25,1%.

Desde que comprou o Votorantim, o BB tem atuado para melhorar a gestão do banco, que no ano passado teve prejuízo de R$ 1,988 bilhão. Para 2013, a expectativa é que ocorra novo prejuízo, embora bem menor que o de 2012. Os sócios fixaram como meta que, no último trimestre, o banco volte a gerar resultado positivo.

(Cristiano Romero | Valor)

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