BB tenta compra para ficar com 75% do capital da BrasilSaúde

O Banco do Brasil quer ficar com 75% do capital total da BrasilSaúde, comprando parte das ações da empresa que hoje está nas mãos da SulAmérica Seguros, dona de 50%. Foi o que disse ontem o vice-presidente de Negócios de Varejo do banco, Paulo Caffarelli, durante entrevista coletiva para anunciar a parceria com a Icatu Seguros na empresa de capitalização BrasilCap.

Em entrevista ao Valor em outubro, o presidente da SulAmérica, Patrick Larragoiti de Lucas, afirmou o contrário: que a SulAmérica tinha interesse em comprar a parte do BB na BrasilSaúde, não em vender, e estaria com R$ 1 bilhão em caixa para a operação.

Segundo Caffarelli, as negociações ainda estão em andamento e nada está definido. Mas ele foi enfático ao afirmar que a idéia do BB é ficar com 75% do capital da BrasilSaúde. Isso é porque, conforme ele havia explicado alguns minutos antes, este percentual está em linha com o plano de reorganização societária da área de seguridade do banco que teve início em outubro.

Em todas as cinco empresas de seguros em que está reorganizando suas participações acionárias, o BB tem procurado ficar com aproximadamente 75% do capital total, no entendimento de que este percentual é o que garante a rentabilidade da operação para o banco.

Já com as ações ordinárias, a intenção é manter um percentual máximo de 49,9. Segundo Caffarelli, esta é a estratégia para manter a sociedade com grupos privados, evitando uma "estatização" forçada das empresas, já que o BB é uma estatal de capital misto.

A BrasilSaúde é uma empresa de planos de saúde criada em parceria com o BB em 1995. Por sua vez, o vice-presidente de Relações com os Investidores (RI) da SulAmérica, Arthur Farme D”Amoedo Neto, reiterou o interesse do grupo em comprar a parte do BB na BrasilSaúde, mas frisou que esta é "apenas uma das possibilidades em discussão", repetindo que nada está definido por enquanto.

"Estamos interessados em discutir a nossa participação na BrasilSaúde. Deste interesse pode resultar outras coisas. Uma das possibilidades é ficarmos com a carteira da BrasilSaúde que tem 120 mil vidas", afirmou D”Amoedo Neto.

O BB está na fase final do plano de reorganização societária na área de seguridade. A primeira etapa foi a criação das subsidiárias BB Aliança Participações e BB Seguros Participações, além da parceria com a seguradora espanhola Mapfre e agora a aliança estratégica com a Icatu, que vai permitir que o banco amplie sua participação dos atuais 49,99% para 74,995% do capital da BrasilCap, ficando com 49,990% das ações ordinárias e 100% das preferenciais.

O objetivo é elevar a contribuição da venda de seguros aos lucros do banco, dos atuais 15% para 23% até 2013. Também está nos planos futuros abrir o capital das empresas através de uma oferta pública de ações, afirmou Caffarelli. A conclusão do processo depende da definição na BrasilSaúde e a compra de 25% do capital do IRB Brasil Re, a estatal de resseguros. Segundo Caffarelli, a compra do IRB está na fase de avaliação das ações pelo Tesouro.

(Janes Rocha – Valor Econômico)

 

 

 

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