Bolsa Verde começa hoje a ter adesões

A Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio), que está sendo desenvolvida para negociar ativos ambientais, inicia nesta quinta-feira, por meio de seu site, o cadastro de intenções de compra e venda de cotas de reserva florestal. Esse é o primeiro passo para a instalação da BVRio, diz o presidente da bolsa, Pedro Moura Costa.
 
Essa fase do projeto é para mensurar o mercado brasileiro, saber quantos dos cinco milhões de proprietários rurais do país se interessam por esse mercado, que pode ser fomentado pelo novo Código Florestal e a exigência de mata nativa, a qual em alguns Estados pode chegar a 80% da terra. Na avaliação de Costa, o mercado de negociação de ativos ambientais no Brasil ainda é incerto, por se tratar de um produto novo no país.
 
"O mercado brasileiro tem potencial, mas os resultados, como o volume de negócios a ser gerado, ainda não sabemos", diz Costa, que afirma não ter metas de cadastros. "Esse tipo de negociação ainda é desconhecida no Brasil", admitiu.
 
Uma transação de cotas de reserva florestal envolve basicamente duas empresas. Uma companhia que excede o mínimo de mata nativa, previsto em lei, pode transformar essa diferença em ativo ambiental, a ser vendido a outra empresa que não tenha cumprido as exigências. Ou seja, a empresa deficitária, do ponto de vista ambiental, pode adquirir cotas para se enquadrar ao Código Florestal.
 
Com o cadastro, a BVRio tem por objetivo formar demanda, oferta e preço de ativos. Após o cadastro, a bolsa pretende divulgar alguns números, como o preço médio de compra e de venda de ativos, e de hectares em oferta. Como forma de propagar a marca BVRio, Costa diz que, simbolicamente, a primeira negociação de ativo ambiental na bolsa ocorrerá durante a Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), em junho.
 
Conforme o Valor adiantou em fevereiro, a BVRio negocia parceria, para a definição de uma plataforma eletrônica de negociações, com a BM&FBovespa e a Cetip, além da americana Direct Edge, que planeja instalar-se no Rio e aguarda autorização CVM. "Queremos nos associar [a uma bolsa] até a Rio+20, mas isso pode atrasar um pouco", diz o presidente da BVRio.

(Diogo Martins | Valor)
 

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