Controladora da Tractebel visa novas aquisições

O diretor-financeiro e de relações com investidores da Tractebel Energia, Eduardo Sattamini, afirmou hoje que a sua controladora GDF Suez está atenta a possíveis aquisições no mercado. No entanto, destacou que não há atualmente uma oferta atrativa de interesse do grupo.

Os ativos da MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – poderiam interessar a companhia, segundo Sattamini. “A MPX tem uma operação interessante”, disse Sattamini. “Tem um modelo de negócios estável”, destacou, após apresentar palestra no Rio de Janeiro, organizada pela Apimec-Rio.

No entanto, ele explicou que a GDF Suez tem perfil de controladora e os ativos da MPX devem ser vendidos rapidamente, por meio de um leilão na bolsa de valores (“block trade”), conforme publicou antecipou ontem o Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor. “Não faz sentido para a GDF Suez ser minoritária”, frisou.

Sattamini afirmou não vislumbrar atualmente uma possível aquisição interessante. “Estamos sempre preparados para consolidar, mas no momento não existem grandes movimentos de consolidação, só de pequenos ativos, mas a gente vislumbra que no futuro esse movimento possa existir”, disse Sattamini.

De acordo com o executivo, apenas os grandes ativos  interessam à companhia. Normalmente, os grandes investimentos, como os empenhados em aquisições, são estudados e colocadas em prática pela GDF Suez e a Tractebel entra apenas quando o ativo já está estabilizado.

Sattamini disse ainda que não avaliou o interesse nas concessões não renovadas por algumas companhias. Segundo ele, é preciso ainda estudar os ativos. “Não chegamos ainda a discutir internamente as usinas que não renovaram as concessões”, disse.

Leilões de energia

Durante a apresentação, Sattamini também afirmou que a trajetória de queda dos preços praticados nos leilões de energia podem apresentar uma reversão nas concorrências deste ano.

Um dos principais motivos destacados pelo executivo é a redução da capacidade de investimento da Eletrobras, que costumava ser mais agressiva nos leilões de energia e puxar para baixo os preços das concorrências.

A redução de investimento da Eletrobras deverá ser influenciada pela Lei 12.783/2013, da prorrogação onerosa das concessões. A estatal, que aceitou renovar suas concessões, terá que continuar gerando energia por uma remuneração menor e, por isso, terá a capacidade de investimento reduzida.

O diretor ponderou, no entanto, não acreditar que os preços vão ficar acima do necessário a ponto de prejudicar o mercado.

(Valor)

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