CPFL Renováveis conclui aquisição da eólica Bons Ventos

A CPFL Energias Renováveis, subsidiária da CPFL, concluiu hoje a aquisição da geradora de energia eólica Bons Ventos, por R$ 1,09 bilhão. O montante ficou pouco acima dos R$ 1,06 bilhão estimados pela companhia em fevereiro, quando assinou memorando de entendimentos para a aquisição.
 
A CPFL informou que desembolsou hoje R$ 445 milhões pela aquisição. Outros R$ 78 milhões serão pagos aos antigos controlados da Bons Ventos em até 30 dias.
 
Os R$ 567 milhões restantes do valor da aquisição dizem respeito a dívidas. Desse valor, R$ 439 milhões são passivos que serão incorporadas pela CPFL Energias Renováveis e R$ 128 milhões serão voltados para quitar antecipadamente uma emissão de debêntures da Bons Ventos.
 
A companhia comprada hoje tem autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para operar quatro parques eólicos no litoral do Ceará, que somam 157,5 MW de capacidade instalada. Com essa aquisição, a capacidade instalada atual da CPFL Energias Renováveis atingirá 945 MW. Segundo a companhia, além desse portfólio em operação, há mais 750 MW de potência em projetos em construção.
 
Retorno aos sócios
 
O negócio como um todo mostra que o investimento em energias renováveis pode ser lucrativo, embora as taxas de retorno oferecidas pelos projetos de geração venham caindo nos últimos cinco anos.
 
Em operação há dois anos, os dois parques eólicos vendidos à CPFL, Aracati e Taíba Alcatroz, consumiram investimentos em torno de R$ 800 milhões. Aracati é o maior parque em geração de energia eólica, segundo  a Eletrobrás, e o valor pago pela CPFL é o maior registrado no setor até hoje no Brasil.
 
Ainda seria preciso descontar as despesas com os juros e outros gastos, mas o lucro bruto de R$ 300 milhões embolsado pelos acionistas da geradora eólica não é desprezível.
 
Os sócios da Bons Ventos eram a construtora Servetc Investimentos e Participações, o fundo FIP Brasil Energia, administrado pelo BTG Pactual, e o FIP Progresso, da família Seibel, que é sócia da rede de material de construção Leroy Merlin, da fabricante de painéis de madeira Duratex e da Leo Madeiras.
 
“Os projetos de geração de energia eólica continuam atraindo um grande interesse de fundos de private equity e family offices (gestores de fortunas familiares), especialmente com a queda nas taxas de juros”, afirma o presidente do grupo Servtec, Lauro Fiuza Junior.
 
A empresa vai participar, em outubro, de mais dois leilões da Agência Nacional de Energia Eólica (Aneel), quando tentará vender a energia de outros quatro projetos de geração eólica no Ceará. Juntos, esses parques vão consumir investimentos de R$ 2 bilhões e terão capacidade para produzir 540 MW.
 
Um deles, o Bons Ventos da Serra, está sendo construído em sociedade com o fundo de private equity  Rio Bravo. O projeto prevê a expansão da capacidade do parque de 24 MW para 78 MW.
 
Para os três projetos, a Servtec já está em negociações avançadas com fundos de private equity e fundos familiares, afirma Fiuza.

(Natalia Viri | Valor)

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