A região Nordeste do país é a que tem ganhado mais espaço nos últimos três anos nos negócios de fusões e aquisições de empresas, segundo levantamento da consultoria PwC Brasil.
Das transações fechadas em 2010, 5,26% foram nessa região. No ano passado, elas chegaram a 8,31%.
“O Nordeste é uma região que tinha um deficit. Existia uma carência por produtos e infraestruturas, e agora as empresas estão percebendo”, afirma o sócio da empresa Alexandre Pierantoni.
“Os planos do governo de distribuição de renda também fizeram com que a demanda por serviços e produtos aumentassem, o que impacta nas empresas.”
Acompanhando o aquecimento do varejo, as fusões e aquisições desse setor foram as que mais cresceram no ano passado. Enquanto em 2011, foram 52 transações, em 2012, foram 77 –alta de 48%.
“Toda a economia está se estruturando e o varejo é a ponta do consumo. Ainda não há grande concentração no setor. Os grupos locais podem se transformar em regionais, e esses, em nacionais.”
O setor de TI, que costuma liderar o volume de negociações, expandiu-se em 21,5%. Ao todo, ocorreram 96 transações na área (13% do total).
Outro destaque nas fusões e aquisições dos últimos anos são os private equity, que participaram de 37,5% das operações do país –a média global é de 25%.
Em 2007, esse tipo de investidor atuou em 108 transações. Três anos depois, ele apareceu em 331. No ano
passado, esteve em 289 –retração de 12,68%.
“Não é uma queda significativa. É mais estatística”, diz.
Segundo o sócio da consultoria, a participação dos private equity em grande parte das operações é decorrente do grande volume de empresas que ainda necessitam de capital, já que a economia brasileira ainda não está amadurecida como nos países desenvolvidos.
Outro fator é que, no Brasil, os private equity não se utilizam dívidas para fazer fusões e aquisições, como ocorre no exterior.
(Folha de São Paulo)