Diminuiu o risco de bolha imobiliária no Brasil, avalia Fitch

Após a disparada dos preços imóveis, ritmo de valorização tem perdido fôlego no Brasil, em linha com o arrefecimento da economia, diz a agência.

Crença de que uma bolha imobiliária estava em crescimento no País está perdendo força, com a redução do preço dos imóveis nas principais capitais. Após o boom do setor iniciado em 2008, a trajetória de alta do valor de imóveis no Brasil tem perdido fôlego, alinhada ao resfriamento da economia, avalia a agência de classificação de risco Fitch.

“De janeiro de 2008 a julho deste ano, os preços dos imóveis saltaram 118% no Rio e 92% em São Paulo. Nos últimos meses, contudo, temos acompanhado um declínio dos preços”, diz o diretor sênior da agência, Jayme Bartling, em relatório divulgado nesta segunda-feira (24).

De acordo com a agência, a evolução da economia somada ao aumento da oferta de crédito e à restrita oferta de imóveis nessas cidades estava impulsionando os preços. O montante direcionado à empréstimo imobiliário avançou de 1,5% do PIB em 2005 para 5,4% em maio deste ano, conforme dados extraídos do Banco Central.

“O acesso ao crédito gerou um ambiente favorável para permitir o aumento de compra de imóvel, o que acabou impactando na inflação do setor”, adicionou a agência.

Imóveis podem sofrer forte depreciação


Para a Fitch, a queda recente no rendimento com aluguel de imóveis em São Paulo e no Rio corrobora a tese de que o setor estava supervalorizado e descolado do incremento do poder aquisitivo do brasileiro. “O preço dos imóveis estava subindo de forma desproporcional, em cerca de 5 vezes em São Paulo e de 7 vezes no Rio em relação ao aumento da renda da população”, explica o diretor.

Os preços dos imóveis, apesar de ainda estarem elevados, não deverão sofrer nenhum recuo expresivo, diz a Fitch. Se o cenário econômico piorar, contudo, há o risco de que os imóveis iniciem um considerável caminho de desvalorização.

(Tatiana Fernandes Gurjão | Infomoney)

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