Eike Batista prepara entrada no mercado imobiliário

O empresário Eike Batista prepara uma grande ofensiva no mercado imobiliário. Pretende repetir, naquele que é hoje um dos setores mais aquecidos da economia, a ousadia que marca seus negócios. De um lado, está reestruturando a REX (Real Estate X), empresa do grupo que tinha atuação tímida na área e agora se prepara para atuar em vários setores e em todo o Brasil. De outro, segundo apurou o Valor, Eike Batista já começa a buscar oportunidades de aquisições de empresas dos mais variados portes.

A REX acaba de contratar para presidir as suas operações o executivo Marco Adnet, que deixou a direção nacional de vendas da Rossi para assumir o desafio de comandar as operações imobiliárias do empresário Eike Batista. Carioca, Adnet ficou na Rossi por dez anos, participou da volta da companhia a bolsa e, por alguns anos, ficou como diretor regional responsável pelo Rio, Espirito Santo e Bahia. No último ano, havia assumido a direção nacional da companhia. Antes da Rossi, passou pela Gomes de Almeida Fernandez (nome anterior da Gafisa), Atlantica Empreendimentos e Patrimovel, grande imobiliária do Rio.

A REX foi criada pela holding EBX em 2008 para cuidar dos ativos imobiliários do grupo e comprar terrenos em áreas próximas aos empreendimentos das empresas do grupo. Nessa fase, acumulou 22 milhoes de metros quadrados de terrenos nos Estados do Rio, Ceará e Santa Catarina.

A empresa está em fase pré-operacional e deve voltar a atuar, já com a nova configuração, em janeiro. Segundo o grupo informou ao Valor, por meio de sua assessoria de imprensa, a REX terá três focos de atuação: incorporação imobiliária, desenvolvimento de projetos urbanísticos e investimentos em ativos imobiliários para renda. Ou seja, vai atuar e concorrer em todos os segmentos do setor, dos imóveis residenciais aos loteamentos e edifícios de escritórios de alto padrão.

Um dos primeiros e provavelmente um dos maiores projetos da REX é a já anunciada Cidade X, projeto habitacional na cidade de São João da Barra, no norte fluminense, para 250 mil pessoas. Atualmente, a cidade tem 33 mil habitantes. A Cidade X será formada por casas de um e três quartos, escolas, hospital, supermercados e lojas.

"O foco da REX, em linha com os demais projetos do grupo EBX, é o desenvolvimento de projetos estruturantes e transformacionais, com conceitos de sustentabilidade e tecnologia de ponta, que reflitam qualidade e eficiência", disse a companhia, via e-mail. Ainda segundo a EBX, a estratégia de negócios será direcionada prioritariamente para as áreas onde está presente, especialmente na retroárea do complexo industrial do Açu, em São João da Barra (RJ), onde a LLX, a empresa de logística do grupo EBX, está construindo o Superporto do Açu.

Paralelamente, o empresário e homem mais rico do Brasil começa a olhar empresas do setor imobiliário, tanto de capital aberto – o que daria a ele a oportunidade de entrar no setor sem ter que enfrentar um novo processo de abertura de capital, por meio do chamado "IPO as avessas" – quanto companhias fechadas de menor porte. "Ele está olhando tudo o que tem no setor", afirma fonte.

(Daniela D”Ambrosio | Valor)

 

 

 

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