Está aberta a temporada para venda de tablets no país

A temporada de vendas de computadores no formato de prancheta (tablet) está oficialmente aberta no Brasil. Vivo, Claro e TIM começam hoje a vender o Galaxy Tab, da Samsung, primeiro aparelho do tipo a ser lançado no Brasil.

Comprar um desses equipamentos já era possível no país por meio de pessoas que traziam os aparelhos do exterior. Agora, no entanto, o mercado assume um caráter oficial, com suporte técnico e de vendas por parte dos fabricantes.

Até o fim de 2011, a expectativa de Hamilton Yoshida, diretor de marketing para telecomunicações da Samsung, é de que as vendas totais desse tipo de dispositivo cheguem a 1 milhão de unidades. Para efeito de comparação, o número representa menos de 10% dos 14 milhões de computadores, em média, que são comercializados anualmente no mercado local, e 2,5% dos celulares.

Em 2011, pelo menos mais meia dúzia de equipamentos chegará às operadoras e varejistas por meio de fabricantes como Apple, CCE, Itautec, Megaware, Dell e Positivo. A expectativa é de que a maioria dos lançamentos aconteça no segundo semestre de 2011.

De acordo com Diego Andrade, gerente de produto da Samsung, o Galaxy também estará disponível na Oi e no varejo antes do fim do ano.

Diferentemente dos leitores de livros eletrônicos, todos os tablets têm tela colorida e sistemas operacionais que permitem a execução de tarefas diversas, como navegar na internet, ouvir música, assistir a vídeos e, em alguns casos, fazer chamadas telefônicas. Na comparação com os computadores, o grande diferencial é a ausência de um teclado físico, substituído por uma versão virtual – é possível também conectar um teclado físico como assessório.

Por se tratar de uma categoria nova de produtos, os tablets chegam ao Brasil com preços elevados – na faixa de R$ 2 mil, praticamente o dobro do preço de um notebook básico. Fabricado localmente, o Galaxy, será vendido por R$ 600 a R$ 2,7 mil, dependendo da operadora e do pacote de voz e dados contratado.

Paulo Cesar Teixeira, vice-presidente executivo de operações da Vivo, diz acreditar que, no primeiro momento, os tablets serão comprados por um público com um poder aquisitivo mais alto, que já usa telefones inteligentes. A expectativa, no entanto, é que com o aumento da competição, os preços caiam e os equipamentos se tornem uma alternativa para quem quer comprar um computador portátil.

Nos EUA, os tablets já começaram a interferir nas vendas de notebooks e netbooks. De janeiro a agosto, a consultoria NPD constatou que eles contribuíram fortemente para o desaquecimento nas vendas desses portáteis. No período, houve crescimento de 12% no mercado de portáteis, ante 30% do ano anterior. Na venda de netbooks foram constatadas, em alguns meses, quedas de até 2%. A projeção da companhia de pesquisa iSuppli é de que em 2010 sejam fabricados em todo o mundo 15,4 milhões de tablets. Para 2011, a estimativa é de 48,3 milhões. O iPad, da Apple, responde por 95% do mercado global, segundo a empresa de pesquisa Strategy Analytics.

O iPad já recebeu autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para ser vendido no Brasil e pode chegar ao varejo este mês, segundo funcionário de uma loja que vende produtos da Apple em São Paulo. A assessoria de imprensa da fabricante nega e diz que não há uma previsão.

Como aconteceu em outros países, o iPad deve começar a ser vendido pelo varejo e depois entrar no portfólio das operadoras. (Colaborou Daniela Braun)

(Gustavo Brigatto I Valor)

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