Fabricantes no país projetam expansão de 5,5% para este ano

Embalada pelos bons resultados do ano que passou, a indústria de revestimento cerâmico projeta em 2011 crescimento de 5,5% em vendas sobre 2010. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), Edson Gaidzinski Júnior, o mercado nacional deve responder pela alta.

Segundo a previsão da entidade, as vendas para o mercado interno em 2011 devem atingir 739,1 milhões de metros quadrados, crescimento de 6%. Já as exportações de revestimentos cerâmicos, em metros quadrados, indicam estabilidade.

Assim como em 2010, em que as exportações fecharam em queda de 6,5% no volume – um total de 56,75 milhões de metros quadrados – a tendência é que as vendas da indústria nacional se concentrem no mercado brasileiro. Embora o Sudeste concentre a parcela mais gorda das vendas de revestimentos cerâmicos, o presidente diz que as taxas de crescimento do Nordeste tem chamado a atenção do setor. Salvador, Fortaleza e Recife despontam como os principais mercados.

Segundo Gaidzinski, a grande tendência de vendas são as peças em formatos maiores – a partir de 60 cm por 60 cm – e que podem chegar até 3 metros por um metro. Ao contrário da maioria das peças de exportação, que são menores e em tons mais escuros, os brasileiros preferem as cores claras, como branco e o bege. Além do reforço nas peças de tamanhos maiores, o crescimento da demanda do porcelanato técnico, que pode imitar revestimentos como o mármore, deve ter crescimento em 2011.

O presidente da Anfacer diz que muitas empresas têm importado o material da China, que é a grande fabricante mundial do porcelanato técnico. Segundo Gaidzinski, os importados não chegam a fazer frente aos produtos nacionais porque grande parte das empresas são importadoras, embora algumas nacionais vêm fazendo investimentos e começam a fabricar o material no Brasil, em menor escala.

O crescimento da demanda por peças grandes pode esbarrar na falta de mão-de-obra especializada, avalia o presidente da Anfacer. Segundo Gaidzinski, a associação tem feito ações em parceria com a Associação Brasileira de Material da Construção (Abimat) para buscar alternativas de suprir essa carência do mercado de trabalho.

No mercado externo, Gaidzinski prevê a tendência de estabilidade do mercado norte-americano não irá ajudar as exportações a recuperarem o volume pré-crise, apesar de grandes fabricantes internacionais, como Itália e Espanha, terem perdido espaço para a indústria brasileira em volume de produção. A aposta será na exportação do produto de maior valor agregado, o que permitiu ampliar o faturamento com as vendas externas em 5,1%, apesar do real forte e da queda no volume de vendas.

Em 2010, a Anfacer estima que o setor fechou com o crescimento de 8,2% nas vendas de revestimentos cerâmicos no comparativo com 2009, com consumo de 697,2 milhões de metros quadrados no mercado brasileiro. A alta se manteve também na produção, com crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior, totalizando 746,1 milhões de metros quadrados.

As vendas totais do setor no país totalizaram, em 2010, os 749,9 milhões de metros quadrados, alta de 6,4% no comparativo com o mesmo período de 2009. Segundo Gaidzinski, o setor responde por um faturamento de R$ 8 bilhões anualmente e congrega 98 empresas, 65 delas associadas à Anfacer. A atividade gera cerca de 250 mil empregos diretos e indiretos.

(Julia Pitthan | Valor)

 

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