Funcef estuda aumentar sua participação em Belo Monte

RIO – O fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) estuda aumentar sua participação no consórcio Norte Energia, que irá construir a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no oeste do Pará. "Estamos estudando essa possibilidade mesmo. Mas, tudo vai depender de preço", revelou o presidente da fundação, Guilherme Lacerda.

À frente da Funcef por oito anos, o executivo passou hoje o comando para Carlos Alberto Caser, que antes ocupava o cargo de secretário geral da entidade. Antes de deixar a presidência, Lacerda contou que a intenção é ampliar a participação do fundo no consórcio dos atuais 7,5% para 10%.

Segundo Lacerda, não é mais segredo que alguns participantes do consórcio estão querendo deixar o projeto. Mesmo sem revelar o nome dos interessados em deixar o consórcio, o executivo deixou claro que a Funcef tem intenção de aproveitar essa oportunidade para ampliar sua fatia no projeto de construção de Belo Monte. "Quem está tratando de ver quem vai sair é o consórcio", afirmou. Para o executivo, o desenho final do Norte Energia ainda deve sofrer mudanças.

A primeira movimentação começou em abril, quando a Vale anunciou a compra da fatia de 9% da Bertin, do Grupo Gaia Energia, no projeto de construção de Belo Monte. A mineradora brasileira chegou a disputar o leilão da hidrelétrica no grupo perdedor. Com a entrada no projeto, a Vale, que consome cerca de 4,5% de toda a energia produzida no País, quer garantir o fornecimento de energia para seus planos de expansão.

Atualmente, o consórcio Norte Energia é formado pela Eletrobras, Chesf, Eletronorte, Bolzano Participações (Neoenergia), Caixa Cexix, Funcef, Petros, J. Malucelli Energia, Vale e as construtoras Queiroz Galvão, Mendes Júnior, Serveng e J. Malucelli.

A hidrelétrica de Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11.233 MW, foi orçada em janeiro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em R$ 25,8 bilhões. O valor corresponde a um aumento de R$ 2,261 bilhões em relação ao orçamento de maio do ano passado, que consta no projeto básico.

Posse

Além da troca do comando da Funcef, a entidade anunciou a posse de Carlos Borges como diretor de Participações Societárias e Imobiliárias em substituição a Phillippe Torelly.

O novo presidente do fundo de pensão, Carlos Caser, assim como seu antecessor é um nome ligado ao Partido dos Trabalhadores. Caser chegou a substituir Lacerda no comando da fundação em 2010, quando o executivo tirou licença para concorrer ao cargo de deputado federal pelo Estado do Espírito Santo. Com um patrimônio de quase R$ 44 bilhões, a Funcef é o terceiro maior fundo de pensão do País, atrás da Petros e da Previ.

(Mônica Ciarelli l Agência Estado)

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