Gigante espanhola Repsol diz que não fará oferta no leilão de Libra

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Empresa estava na lista das 11 empresas que haviam confirmado interesse.

Também ficaram de fora da disputa gigantes como Exxon, Chevron e BP.

A gigante espanhola de petróleo Repsol não participará do leilão da área petrolífera de Libra, a maior reserva de petróleo do Brasil, que será realizado às 14h desta segunda-feira (21) pelo governo brasileiro.

A informação foi confirmada por um porta-voz da empresa, de acordo com a agência de notícias Reuters e o Valor Online. A informação também foi noticiada pelo ‘The Wall Street Journal’ e pela agência americana ‘Bloomberg News’.

A Repsol/Sinopec estava na lista das 11 empresas, entre elas a Petrobras, que haviam confirmado interesse pelo negócio – com isso, agora a lista conta com apenas 10.

Além da Repsol, também ficaram de fora da disputa gigantes do setor como as norte-americanas Exxon Mobil e Chevron e as britânicas BP e BG.

A previsão inicial da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, era de que até 40 empresas participassem do leilão.

Produção

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a exploração do campo de Libra deve dobrar as reservas nacionais de petróleo – a estimativa é que o volume de óleo recuperável seja de 8 bilhões a 12 bilhões de barris – as reservas nacionais são hoje de 15,3 bilhões de barris. As reservas de gás somam atualmente 459,3 bilhões de metros cúbicos e também devem duplicar com Libra.

Leilão do Campo de Libra

O Leilão do Campo de Libra é o primeiro do pré-sal sob as novas regras do modelo de partilha, em que parte do óleo extraído pelas empresas fica com a União. O tempo de concessão é de 35 anos. O vencedor é aquele que oferecer o maior percentual, sendo o mínimo de 41,65%. Acompanhe em tempo real a cobertura.

 A lista das 11 empresas que tinham sido habilitadas para participar da rodada são: CNOOC International Limited (China), China National Petroleum Corporation (China), Ecopetrol (Colômbia), Mitsui & CO (Japão), ONGC Videsh (Índia), Petrogal (Portugal), Petronas (Malásia), Repsol/Sinopec (Hispano-Chinesa), Shell (Anglo-Holandesa), Total (França) e a Petrobras (Brasil).

De acordo com a ANP, dessas 11 iniciais, apenas nove apresentaram garantias de oferta, mas mesmo as que não apresentaram podem participar em consórcio com outras que tenham apresentado.

A Repsol havia estudado fazer ofertas por meio de sua subsidiária brasileira, que é uma joint venture com a chinesa Sinopec. A Repsol Sinopec Brasil já tem produção em área perto de Libra.

Esse é o primeiro leilão prevendo a exploração de petróleo e gás natural na camada pré-sal sob o regime de partilha (em que a União fica com parte do óleo extraído pelas empresas vencedoras).

Desinteresse não surpreende analistas

A não participação das gigantes internacionais privadas não surpreende analistas diante do modelo regulatório, que estabelece a participação obrigatória da Petrobras com pelo menos 30%.

O diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, disse ao G1 em setemnro que, na mudança do marco regulatório em 2010, “houve uma opção por uma intervenção excessiva do govermo, com um papel monopolista da Petrobras, uma elevada exigência de conteúdo nacional”, o que assusta o investidor.

A não participação das gigantes internacionais privadas não surpreende analistas diante do modelo regulatório, que estabelece a participação obrigatória da Petrobras com pelo menos 30%

“A surpresa seria se elas participassem. Pois o papel da empresa de petróleo será praticamente nenhum. É muito difícil alguém querer entrar em um investimento tão grande sem participação efetiva na governança”, disse o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zylbersztajn, na época da divulgação da não participação de gigantes como Exxon, BP e BG também já era esperada.

Protestos

O leilão, previsto para começar às 14h no hotel Windsor, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), deve ser marcado por protestos de trabalhadores, sindicalistas, ambientalistas e representantes de movimentos sociais, contrários à exploração da iniciativa privada.

Um dos grupos que prometem protestar na frente do hotel é o dos petroleiros. De acordo com secretário-geral do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros, Emanuel Cancella, estão sendo esperadas caravanas de várias partes do Brasil.

O sindicato, diz Cancella, é contrário ao que ele classifica de “entrega” pelo governo do óleo do pré-sal a corporações estrangeiras.

“Não tem razão fazer esse leilão e trazer empresas estrangeiras para o pré-sal. A Petrobras tem a melhor tecnologia para esse tipo de operação. Além disso, com a quantidade de petróleo que tem reserva, a Petrobras teria condições de tomar empréstimos para financiar a exploração de Libra tranquilamente, sem necessidade de investimento por outras empresas”, diz Cancella.

Temendo ser alvo dos protestos, a presidente Dilma Rousseff, que coordenou a elaboração da lei que estabeleceu o regime de partilha, quando era ministra-chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não deve estar presente no leilão.

Também por conta dos protestos, na última quinta-feira (17) Dilma assinou um decreto que autoriza o envio de tropas do Exército para reforçar a segurança do leilão. Além das tropas do Exército, também participarão homens da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

(Globo.com)

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