Gradiente finaliza reestruturação para voltar ao mercado

SÃO PAULO – A fabricante de eletroeletrônicos Gradiente concluiu um amplo programa de reestruturação que permitirá recolocar a marca no mercado nacional.

Após a renegociação da dívida com credores dentro de um plano de recuperação extrajudicial e a adesão ao programa de parcelamento de tributos federais (Refis) – no sentido de equacionar débitos fiscais -, espera-se que a empresa volte a produzir no segundo semestre, com início das vendas ao mercado nos três últimos meses do ano.

Para levantar recursos ao pagamento de credores, a Gradiente arrendou seus ativos – incluindo a marca e instalações industriais – à Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD). Caberá à CBTD implantar o plano de negócios para reinserir a marca no mercado.

Para isso, a CBTD recebeu um aporte de R$ 68 milhões via aquisição de debêntures conversíveis em ações por um fundo formado pela multinacional americana Jabil Circuit e a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), além dos fundos de pensão de funcionários da Petrobras (Petros) e da Caixa Econômica Federal (Funcef).

Cada cotista tem 25% de participação no fundo, que alcançará uma participação de 60% na CBTD a partir da conversão das debêntures. No término do processo, a parcela remanescente de 40% ficará com a Hag, a holding criada para abrigar os acionistas da Gradiente.

A Gradiente – que em janeiro do ano passado adotou o nome “IGB Eletrônica” como razão social – ainda avalia, no entanto, como seus acionistas poderão ingressar na Hag.

A ideia que está sendo considerada prevê a utilização de bônus que darão a esses acionistas o direito de subscrever – proporcionalmente às participações já detidas na IGB – as ações da holding por um valor simbólico.

Esse processo, no entanto estaria sujeito à apreciação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de forma que a Gradiente prefere não traçar prazo para a finalização do processo.

(Eduardo Laguna | Valor)

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