Indiana InoxCVA decide construir fábrica em SP

Após dois anos de análise do mercado de equipamentos para gases industriais na América Latina, a indiana InoxCVA decidiu instalar sua primeira fábrica na região no Brasil, no município de Monte Mor, região metropolitana de Campinas. O presidente da InoxCVA South America, Joseph Farach, disse que o terreno de 84 mil m2 já foi adquirido e o investimento previsto é de R$ 60 milhões.

“Com a fábrica, vamos poder atender melhor o nosso cliente, responder mais rapidamente”, disse o executivo ao explicar que, hoje, a empresa adiciona cerca de seis semanas ao processo de entrega ao trazer os equipamentos da Ásia. Atualmente, a InoxCVA tem fábricas na Índia, China e EUA.

A previsão, afirma Farach, é que a produção brasileira comece no segundo semestre de 2013 e a estimativa é que a divisão América do Sul atinja faturamento anual entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões – a empresa não divulga a receita atual resultante das importações.

Além dos incentivos negociados com o governo de São Paulo, a fábrica estará próxima a clientes e perto da unidade de serviços da companhia, instalada em Indaiatuba, desde o início do ano. Luciano Almeida, presidente da agência de fomento estadual que intermediou o processo, Investe São Paulo, aponta que além das questões logísticas, Monte Mor trará vantagens competitivas importantes para a empresa. “É um município que tem uma boa qualidade de vida aliada a um custo baixo.”

Almeida defende que grande parte da cadeia de petróleo e gás (um dos setores mais fortes entre a clientela desses equipamentos) está em São Paulo, com a Bacia de Santos. Hoje, a empresa fornece tanques e componentes para gases criogênicos para “epecistas”, que executam projetos na área de petróleo e gás, siderúrgicas e diversos outros setores.

Farach acredita que, no início da operação da fábrica, grande parte da demanda será relacionada a oxigênio e nitrogênio liquefeitos, usados, por exemplo, em processos de combustão ou em processos químicos. O gás natural é ainda pouco utilizado como insumo industrial por ser mais caro no Brasil, afirma Farach, e pode representar cerca de 10% da receita nos primeiros anos. O executivo, porém, ressalta que é um mercado que tem potencial para crescer: “Existe demanda forte do nosso produto para gás natural, crescendo; a evolução vai é depender do preço dos hidrocarbonetos praticados aqui.”

Apesar do otimismo em operar no Brasil, a empresa reclama dos custos tributários, burocráticos e de logística. Segundo o presidente, será um desafio conseguir manter o mesmo preço do produto que hoje vem da Índia. “Tudo é caro, a mão de obra é cara, há uma ineficiência de se operar no Brasil.”

Ainda assim, Farach diz que foi determinante a estratégica do grupo de se colocar nos mercados emergentes e estar perto do cliente. Pesou na decisão também o fato de ser a primeira fabricante desse tipo de equipamento, de maior porte, a se instalar no Brasil. Concorrentes como as americanas Taylor-Wharton e Chart Industries não têm fábricas na região. Grandes companhias exploradoras de gás e que possuem linhas próprias de equipamentos, como a White Martins e a Air Liquide, estão no mercado latino, mas elas não são vistas como concorrentes diretas e são, em grande parte, clientes.

(Portos e Navios)

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