JAC Motors define hoje instalação de fábrica no Brasil

O vice-presidente mundial da JAC Motors, Daí Maofang, e o empresário brasileiro Sérgio Habib, importador da marca, anunciam hoje, em São Paulo, um acordo para investir em uma fábrica de veículos da marca chinesa no Brasil. A linha de produção deverá ficar pronta em aproximadamente dois anos. O projeto cumpre as projeções de Habib de que uma marca precisa ter fábrica no Brasil se quiser vender volumes altos, em torno de 100 mil veículos por ano.

A JAC é a segunda chinesa a anunciar uma fábrica no Brasil. Na semana passada, a Chery lançou a pedra fundamental da sua futura instalação, em Jacareí, no interior de São Paulo. Os dois projetos indicam que o teste, com a venda de importados, já foi suficiente para os chineses perceberem que também podem disputar o mercado brasileiro, o quarto maior do mundo, com previsões de alcançar 3,7 milhões de veículos este ano.

As marcas chinesas representam 30% das importações de veículos hoje no Brasil. Mas no mercado total, a fatia é ainda pequena, em torno de 6%. A JAC foi a última a chegar ao país, mas detém a maior fatia entre as chinesas: 1,04% em junho, três meses depois do lançamento da marca no país.

O anúncio da fábrica ocorre dois dias antes do lançamento da minivan J6. As vendas acumuladas no ano – em torno de 10 mil unidades – foram praticamente todas do modelo hatch J3. Apesar da participação pequena em comparação com as grandes marcas, a JAC chama a atenção no mercado graças à uma bem planejada campanha de marketing, que conta com o apresentador Fausto Silva como garoto propaganda.

Também pesou para o sucesso da marca logo no lançamento a habilidade do importador, que conseguiu autorização da matriz da montadora para modificar diversos itens para deixar os carros mais próximos do gosto brasileiro. Isso inclui cor de estofamento, eliminação de rebarbas nos tecidos e painel e também aumento de densidade da espuma dos bancos.

Na 29ª colocação no ranking de vendas de automóveis no país, o J3 passou à frente de modelos fabricados no Brasil, como FIT e Civic, da Honda, o 207, da Peugeot, o Space Fox, da VW, e o Livina, da Nissan. No segmento de hatch pequeno, o modelo da JAC ficou em sétimo lugar, com 2,3%.

Outra ação acertada foi o lançamento oficial da marca simultaneamente à inauguração de 50 concessionárias, das quais 35 do próprio importador. Habib tem experiência nesse tipo de estratégia. Ele foi presidente da Citroën no Brasil e ainda é dono de concessionárias da marca francesa. Seu grupo é responsável por mais de 40% das vendas da Citroen no país.

Na JAC, Habib planeja ampliar a rede para 150 pontos até o fim de 2012, suficiente para cobrir mais de 70% do território nacional.

Além do J6, para cinco ou sete passageiros, que será apresentado esta semana, outros dois modelos serão lançados nos próximos meses: o sedã J5 e, em seguida o compacto J2. O motor flex também está em fase de desenvolvimento.

As marcas chinesas anunciam seus projetos de produção no Brasil no momento em que a coreana Hyundai também constrói a sua fábrica em Piracicaba (SP). Ainda como importados, três modelos da Hyundai lideram segmentos: o I30 é o hatch médio mais vendido no Brasil e os sedãs grandes Azera e Sonata são donos do primeiro e segundo lugares na sua categoria.

(Marli Olmos | Valor)

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