A primeira empresa depois de nove meses a abrir capital na bolsa, a Linx (LINX3) possui uma estratégia agressiva de crescimento via aquisições – desde 2011, já foram 11 compras. E esse número deve crescer ainda mais. “Temos diversas negociações em curso”, revela em entrevista ao Portal InfoMoney Alberto Menache, diretor-presidente da Linx, cujas ações já se valorizam em 20,3% desde o IPO, segundo cotação do fechamento de segunda-feira (4).
Menache indica que há diversas oportunidades no mercado. Entretanto, ele ressalta que a companhia não comenta se as negociações já estão em estágio avançado ou não.
O prospecto da oferta indica que 80% de todo o valor arrecadado, ou seja, R$ 225,1 milhões dos R$ 281,3 milhões levantados na oferta de novas ações ao mercado – sem considerar os valores do lote suplementar -, serão destinados a aquisições.
Entretanto, o diretor-presidente diz que não há um compromisso de tempo para que essas negociações ocorram. “O que sinalizamos sempre para o mercado é que os recursos do IPO serão usados em um período de três anos”, explica Menache.
Para isso, a empresa seguirá o mesmo racional adotado no passado: pequenas e médias empresas que possibilitem a expansão geográfica – embora compras fora do Brasil não estejam em pauta –, empresas que agreguem novas tecnologias ou que possibilitem a entrada em novos segmentos no varejo, como a aquisição da Compacta no ano passado, que permitiu a entrada no setor alimentício.
Mas as aquisições não são as únicas mudanças pelas quais a empresa passa. De fato, desde 2009 a Linx prepara a sua abertura de capital, afirma ao Portal InfoMoney o diretor-presidente.
Aliás, a decisão de abrir o capital foi tranquila, apesar da bolsa viver um momento de escassos IPOs e com um histórico de diversas desistências de ofertas. “Quase sempre tem comprador quando se tem um bom negócio a um preço justo”, afirma Menache.
Esse período desde 2009 foi usado para que a empresa se reestruturasse, como estabelecer uma nova estrutura organizacional, novas instalações, auditoria com companhias de primeira linha, melhora da governança corporativa, entre outros itens.
General Atlantic não vende ações
Ao fim deste processo, a empresa decidiu pela abertura de capital, com a emissão de novas ações e a venda de papéis de alguns acionistas pessoas física. O único a não se desfazer de ações foi o fundo de private equity General Atlantic. “Isso porque o ciclo de investimento deles [o fundo passou a fazer parte da empresa em meados de 2011] ainda não está completo”, justifica Menache.
Dessa forma, após o IPO a General Atlantic se tornou o maior acionista individual da Linx, com quase 15% do capital social da empresa. Mas Menache diz que nada muda na gestão da companhia, até porque o bloco de controle continua nas mãos dos acionistas que antes controlavam a Medafe Participações – até então a maior acionista -, extinta em janeiro deste ano para simplificar a estrutura organizacional da empresa.
Ao olhar para frente, a companhia não fornece guidances ao mercado, mas o diretor-presidente diz que a expectativa é positiva, tendo em vista que a perspectiva para a economia de um modo geral é de melhora, o que pode, indiretamente, influenciar a empresa de modo positivo.
(Infomoney)