Mercado náutico prevê faturar mais de R$ 1 bi em 2011

Evento do setor prevê crescimento de 10% este ano motivado pela economia brasileira e maior consumo da classe C.

Disposto a aquecer o mercado náutico nacional, o São Paulo Boat Show, principal evento do setor, espera movimentar R$ 230 milhões em negócios.

A inclusão da classe C tem sido um diferencial relevante para este segmento, que no ano passado registrou faturamento superior a R$ 1 bilhão.

"A oferta de produtos acessíveis e as linhas de crédito bancários e dos estaleiros que permitem financiamentos de até 60 vezes têm ampliado as oportunidades e o consumo no setor náutico", informa Ernani Paciornik, idealizador e presidente do São Paulo Boat Show.

De olho no potencial do mercado brasileiro, a francesa Beneteau espera crescer 50% em 2012. Para isso, planeja inaugurar em fevereiro sua primeira fábrica no Brasil.

Com potencial de produção de 50 unidades por ano, o foco do empreendimento será na produção das lanchas Flyer GT- 34 e 38, com preços que variam entre R$ 700 mil a R$ 1 milhão.

"Estamos percebendo um interesse do mercado brasileiro por lanchas. Hoje elas já representam 50% das vendas feitas no país", ressalta Marcos Soares presidente da Beneteau no Brasil.

Segundo o executivo, os pedidos feitos no país são fabricados na França, onde a empresa possui 20 fábricas, além das unidades na Polônia e Estados Unidos.

Com investimento previsto de € 20 milhões nesta primeira etapa, Soares adianta que a empresa já tem planos para expandir ainda mais a produção no Brasil.

"Estamos estudando abrir uma segunda fábrica para ampliar as vendas de lanchas, veleiros, iates e catamarãs (espécie de barco pequeno, a vela ou motor)."

A escolha do primeiro empreendimento foi a cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

"A cidade é um dos principais centros náuticos do país e é um ponto estratégico para atender a demanda do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais", explica o presidente.

Mercado imaturo

Segundo Marcos Soares, presidente da Beneteau no Brasil, o mercado nacional ainda deve crescer bastante nos próximos anos. Mas, por enquanto, o executivo analisa que o setor ainda é imaturo no país.

"O setor náutico cresce mais que o PIB. O Brasil tem crescido bastante, mas ainda está abaixo de mercados mais consolidados como o argentino", avalia.

Dados do São Paulo Boat Show mostram que o setor emprega cerca de 100 mil pessoas. No entanto, o potencial de crescimento é elevado, pois a relação barco por habitante no Brasil é bem inferior a dos países ricos, como Estados Unidos e França.

No Brasil, a relação é de um barco para cada 289 habitantes, enquanto na Europa, a média de um para 60.

China

No evento, que acontece entre 13 a 18 de outubro, será exposto o primeiro barco chinês a ser comercializado no país pela importadora Sailor.

De acordo Paciornik, a condição atual da economia brasileira aliada à extensa e potencial costa marítima nacional e à crise externa tem atraído os investidores estrangeiros do setor náutico.

"O barco chinês chega para ficar, pois é bem equipado e tem um preço atraente. Acredito que uma novidade como esta promoverá uma concorrência sadia entre os estaleiros nacionais e internacionais", analisa o idealizador do evento.

(Rafael Palmeiras l Brasil Econômico)

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