MRV dá continuidade à sua expansão geográfica

Na contramão do movimento iniciado há mais de um ano por boa parte das incorporadoras de capital aberto, a MRV Engenharia vai manter sua estratégia de diversificação geográfica, em 2012, quando pretende estar presente em 120 cidades. A empresa, que atuava em 85 cidades no fim de 2010 e tinha intenção de ampliar esse número para 100 em 2011, encerrou o ano em 108 municípios. De olho em mercados com mais de 100 mil habitantes e com perfil econômico que justifique sua atuação, a MRV prospecta cidades como Montes Claros (MG), Rezende (RJ) e Gravataí (RS).
 
Desde o fim de 2010, empresas do setor optaram por reduzir sua expansão ou até mesmo sair de alguns locais em que suas operações ainda não estavam consolidadas ou eram menos rentáveis, com o objetivo de controlar melhor os custos e a execução de obras. Segundo o presidente da MRV, Rubens Menin, mesmo com sua diversificação geográfica, a companhia consegue ter controle de custos devido à gestão padronizada, à totalidade de construção própria, ao aumento da industrialização dos canteiros nos últimos anos e à padronização da compra de materiais. Na produção, a empresa terceiriza etapas como fundação, pintura e revestimento.
 
A expansão geográfica possibilita que a MRV atue em mercados com demanda elevada e concorrência bem menor que a das grandes cidades, segundo Menin. O foco da companhia são empreendimentos destinados à faixa de renda de três a dez salários mínimos e preço médio de R$ 110 mil. "Em alguns mercados, não temos como concorrentes outras incorporadoras de capital aberto", diz o executivo. Isso facilita a compra de terrenos de maior porte e contribui para que boa parte das aquisições seja feita de terrenos por permuta.
 
Depois de comprar a maior parte das áreas em dinheiro em 2010, a MRV definiu que metade dos terrenos seria adquirida por permuta no ano passado. Principalmente em função da diversificação geográfica, a parcela comprada por permuta chegou a 70% do total, enquanto o pagamento em dinheiro foi reduzido para a fatia restante, de 30%.
 
Sem revelar metas para 2012, Menin conta que a empresa vai conciliar crescimento e geração de caixa. A expansão poderia ser maior, segundo ele, se não fosse a definição, aprovada pelo conselho de administração, de a companhia ter fluxo de caixa positivo no acumulado do ano. "O mercado tem exigido disciplina financeira."
 
No início de 2011, a companhia projetou, para o ano passado, vendas de R$ 4,3 bilhões a R$ 4,7 bilhões, e margem Ebitda de 25% a 28%. O executivo não informou se as metas foram alcançadas, mas afirmou que o desempenho da MRV no quarto trimestre foi "muito bom". Ele ressalta que as perspectivas para o segmento de baixa renda, em 2012, são positivas, com base em fatores como aumento de renda e emprego. "O crescimento do mercado de baixa renda será maior que no ano passado", diz.
 
Recentemente, o conselho de administração da MRV aprovou a determinação de que a relação entre dívida líquida e Ebitda da companhia não pode ultrapassar 30%. No fim do terceiro trimestre de 2011, a proporção era de 34%.

(Chiara Quintão | Valor)

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