Nobrecel se ajusta para levar Ripax de volta ao exterior

A fabricante de papel e celulose do interior paulista Nobrecel entrou em um forte programa de redução de custos –incluindo demissões– com um claro objetivo: voltar a investir para levar novamente a marca de papel Ripax ao mercado internacional.

Em 2008, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) exigiu que a marca Ripax, antes pertencente à Ripasa –adquirida pela Suzano e a antiga VCP, em 2004– fosse vendida, e a empresa de Pindamonhangaba (SP) adquiriu os direitos da marca, uma das mais conhecidas do segmento de imprimir e escrever do país.

"Queremos ampliar a produção de papel de 150 toneladas por dia para 500 toneladas… para a venda tanto no mercado interno quanto para exportação", afirmou, em entrevista à Reuters, o diretor-presidente da Nobrecel, Nelton de Zorzi.

A ampliação beneficiaria tanto os papéis da Ripax quanto os produzidos pela Nobrecel para a fabricação de cadernos.

Segundo Zorzi, a empresa já chegou a exportar 60 por cento da sua produção –que além de papel de imprimir e escrever inclui tissue, utilizado na produção de papel higiênico e guardanapos–, mas o câmbio fez com que a companhia reduzisse as vendas externas a zero.

Zorzi explicou que a Nobrecel passou por dificuldades de caixa "por ter investido pesado nas ampliações". "Estamos readequando as operações para aumentar o caixa."

O secretário de desenvolvimento econômico de Pindamonhangaba, Álvaro Staut Neto, afirmou, entretanto, que a Nobrecel enfrentou problemas financeiros por conta de "alguns problemas por administrações meio complicadas", sem dar mais detalhes. "Mas estamos conseguindo equalizar isso", garantiu.

Com as recentes demissões (cerca de 600), a Nobrecel reduziu a folha de pagamento em 1 milhão de reais mensais, e um intenso programa de redução de custos deve reduzir as despesas em algo entre 15 e 20 por cento.

"Se isso não for o suficiente, faremos mais (reduções de custos), pois temos que terminar esse projeto", disse o diretor-presidente, que não fez uma previsão de quando a ampliação de produção pode acontecer, nem quanto será investido no projeto.

A Nobrecel produz 72 mil toneladas de celulose por ano, a partir de 16 fazendas de plantio, além de outras áreas arrendadas. Essas fazendas estão localizadas em um raio máximo de 100 quilômetros da unidade.

(Carolina Marcondes l Reuters)

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