Brasileira Navita vende unidade de negócios e estuda aquisições

A brasileira Navita, companhia especializada em softwares e serviços para a área de mobilidade — concluiu nesta semana a venda de sua área de portais corporativos e intranets para a espanhola Agile Contents. O valor da negociação não foi divulgado.
 
Para a Navita, o acordo segue um movimento iniciado pela empresa há cerca de cinco anos. Criada em 2003, com foco em gestão de conteúdo para sites empresariais, a companhia começou a investir no segmento de mobilidade em 2007, mais especificamente no desenvolvimento de aplicativos. A ideia era acompanhar a tendência de expansão dos dispositivos móveis. “A concorrência nesse segmento é diferente. Na área de portais corporativos, competíamos com empresas com IBM, Microsoft e Oracle, que oferecem produtos mais robustos”, disse Fábio Nunes, fundador e diretor de operações da Navita, ao Valor.
 
Depois de receber um aporte de R$ 2,5 milhões do fundo Invest Tech em 2010, a Navita ampliou seu portfólio com serviços de gestão de dispositivos móveis para empresas. O negócio inclui ofertas como controle de inventários e reparos nos aparelhos. Hoje, a companhia gerencia mais de 70 mil dispositivos no Brasil e possui parcerias com operadoras e fabricantes, como TIM, Oi, Vivo, Samsung, Apple e Nokia.
 
Nunes ressaltou que a conclusão do acordo com a Agile Contents permitirá à Navita direcionar seu foco para três vertentes de negócio em mobilidade, divisão que responde atualmente por 80% das receitas da companhia. Os 20% restantes estão relacionados à área de portais corporativos. Além dos aplicativos e da gestão dos dispositivos móveis, completam a lista de negócios móveis os sistemas de gestão de custos de telecomunicações. Nessa área, a companhia oferece, por exemplo, um sistema para smartphones que informa, em tempo real, o quanto o usuário está consumindo em voz, dados e mensagens de texto, tanto no Brasil como no exterior.
 
O caminho para impulsionar as três linhas de negócio passará por aquisições, disse Nunes, especialmente nas áreas de gestão de dispositivos e custos de telecomunicações. O valor reservado para esses acordos envolve recursos próprios, agora com o acréscimo do montante relacionado à venda para a Agile Contents. A Navita vai anunciar em breve a compra de uma companhia brasileira e já negocia a aquisição de outra empresa com atuação na América Latina. A expectativa é que o acordo seja fechado até o fim do ano.
 
A partir dessas estratégias, a projeção é encerrar 2012 com uma receita de R$ 25 milhões. “A área de gestão de dispositivos deve responder por 50% desse montante, enquanto os negócios de gestão de telecomunicações ficarão com 40% do total e os 10% restantes estarão relacionados ao desenvolvimento de aplicativos”, observou Nunes.
 
Outra prioridade para a Navita em 2012 é fortalecer as operações da Global Enterprise Mobiles Alliance (Gema), joint venture formada pela brasileira em 2011 com outras seis companhias que atuam nos mesmos segmentos de mobilidade e uniram forças para criar uma rede de atendimento global. A lista de companhias que integram a operação inclui a MSC Mobiles, da Austrália; GPXS, da Bélgica; Schiffl, da Alemanha; EMS, do Emirados Árabes; Berkeley Technical Services, do Reino Unido; e Vox Mobile, dos Estados Unidos.
 
Em 2012, o objetivo da Gema é consolidar os negócios de gestão de dispositivos móveis. Atualmente, a área tem parcerias com 37 operadoras em todo o mundo e gerencia cerca de 1 milhão de aparelhos. “Estamos estruturando a rede e a previsão é alcançar uma receita de US$ 75 milhões nesse ano”, afirmou Nunes. Ele acrescentou que o plano da joint venture é iniciar as ofertas no segmento de gestão de custos de telecomunicações em 2013.

(Moacir Drska | Valor)

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