Cimpor terá fábrica em Ponta Grossa

Enquanto aguarda definições de investimentos de outras quatro empresas, Ponta Grossa comemorou ontem anúncio feito na terça-feira em Portugal pela Cimpor, que vai investir € 190 milhões na mina Cerrado Grande, situada no município. Em informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a cimenteira contou que planeja iniciar a construção de uma fábrica integrada de produção de clínquer e cimento em 2012. A inauguração está prevista para o começo de 2014.

O comunicado da Cimpor foi feito seis meses após o grupo português decidir elevar sua capacidade de produção de cimento no país, nas regiões Nordeste (Paraíba) e Centro-Oeste (Goiás). No Paraná, vai usar uma jazida de calcário que já possuia, suficiente para a capacidade da fábrica: 1,2 milhão de toneladas de cimento ao ano. A intenção da empresa é aproveitar o aumento na demanda no Sul e no Sudeste do Brasil. "As unidades em operação atingiram o nível máximo das respectivas capacidades", informou, em nota. Procurada pelo Valor, a Cimpor não comentou o assunto.

Quando divulgou os resultados de 2010 e também do primeiro trimestre de 2011, a Cimpor ressaltou que tem obtido bons desempenhos no Brasil. Por isso, com as ampliações anunciadas em novembro e com a unidade paranaense, vai aumentar sua capacidade de produção em 2,6 milhões de toneladas. Vai passar para 9,1 milhões de toneladas, 40% maior que a atual, de 6,5 milhões de toneladas, acrescentou a companhia.

"Nossa expectativa pela vinda da Cimpor é antiga", disse o secretário de Indústria e Comércio de Ponta Grossa, João Luiz Kovaleski, que soube do investimento porque acompanhou as notícias de Portugal. Segundo ele, Cerrado Grande fica no distrito de Itaiacoca, distante cerca de 20 km do centro da cidade. Ele aguarda definições de uma montadora de caminhões, de uma fabricante de pneus e de uma de bebidas e outra do ramo do agronegócio.

Além da Cimpor, outras empresas estão investindo em cimento no Paraná, como a Itambé, de Balsa Nova, e a Supremo, de Pomerode (SC). A Itambé colocou em operação no ano passado um novo moinho, com capacidade para 700 mil toneladas por ano. A Supremo planeja construir uma unidade em Adrianópolis, próximo de Curitiba. A Votorantim também tem fábrica no Estado, Rio Branco do Sul, e é sócia minoritária da Itambé.

(Marli Lima | Valor)

+ posts

Share this post