Corretoras revisam análises após balanços do trimestre

Com o fim da temporada de balanços do primeiro trimestre na semana passada e a nova onda da crise de dívida na zona do euro, as corretoras revisam estimativas para o desempenho das companhias para o resto do ano e alteram suas recomendações.
 
A carteira semanal da Ativa Corretora, por exemplo, continua com um pé fincado nos chamados papéis defensivos. Uma das apostas é no papel preferencial (PN, sem direto a voto) da cervejaria Ambev, que costuma se sair bem quando o Índice Bovespa perde força.

Na semana passada, por exemplo, quando o Ibovespa desceu a ladeira, registrando queda de 8,30%, a ação da Ambev caiu apenas 0,35%, para R$ 76,73. No acumulado do ano, até sexta-feira, o papel da cervejaria subia 15,51%, enquanto o Ibovespa caía 3,95%. O preço-alvo da Ativa para o papel da Ambev é de R$ 78,60 (ganho potencial de 2,43%). "Permanecemos com nossa expectativa positiva sobre a companhia, baseado no bom posicionamento tanto no segmento premium quanto no de produtos mais acessíveis", afirmam os analistas da Ativa. "Além disso, vemos um cenário otimista para o mercado de bebidas no ano."
 
A corretora também manteve na carteira recomendada semanal o papel PN da companhia de energia elétrica Copel, que registra alta de 14,82% no ano (até sexta-feira). Contam a favor da companhia, segundo a Ativa, o "bom resultado" no primeiro trimestre, o que aumenta a " "confiança na geração de caixa e aumento do payout [percentual do lucro distribuído ao acionista]" daqui para frente. "Além disso, a Copel é um ”player” com perfil estável e defensivo, ideal para momentos de instabilidade", afirmam os analistas da corretora.
 
De olho nos números do primeiro trimestre, por exemplo, os analistas do Deutsche Bank mudaram a recomendação para a ação ordinária (ON, com voto) do frigorífico Minerva de manutenção para compra, com preço-alvo passando de R$ 7,75 para R$ 13,30, potencial de alta de 70,5% em relação ao fechamento de sexta-feira (R$ 7,80). "Com o retorno no ano até agora (+54,12%), a reação natural seria embolsar os lucros, mas nós estamos tomando a visão contrária", afirma, em relatório, os analistas do Deutsche Jose Yordan e Rebeca Sanchez Sarmiento.
 
Eles destacam os resultados operacionais do Minerva acima do esperado no primeiro trimestre – com o Ebitda (juros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subindo 28% em relação a igual período do ano passado – e o aumento da liquidez do papel, o que diminui o tradicional desconto que os investidores aplicam a ações menos negociadas.
 
Com base no aumento de margens do frigorífico Marfrig no trimestre, o Deutsche reiterou a recomendação de compra para o papel ON da empresa, elevando o preço-alvo em 18%, para R$ 26, potencial de alta de 169,4% ante o fechamento de sexta-feira (R$ 9,65).
 
Do lado negativo, o Deutsche Bank rebaixou a recomendação para a ação ON da incorporadora MRV de compra para manutenção após a companhia apresentar margens "desapontadoras" no primeiro trimestre. O preço-alvo foi reduzido de R$ 15 para R$ 13, potencial de alta de 31,84%.

(Antonio Perez | Valor)
 

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