EcoRodovias entra no setor portuário

O grupo EcoRodovias comprou 41% de participação no Terminal para Contêineres da Margem Direita (Tecondi) do porto de Santos. O negócio fechado por R$ 540 milhões inclui a opção de compra dos 59% restantes em um ano. A estratégia, porém, é assumir o controle até o fim do ano. A compra foi feita com 30% de capital próprio e 70% por meio de emissão de dívida, disse o presidente da companhia, Marcelino Rafart de Seras, em entrevista exclusiva ao Valor.
 
As ações foram adquiridas do grupo Formitex, que há uma semana assumiu o controle integral do Tecondi, com a finalização da compra da parte do sócio, o grupo Barbeito. O atual presidente do Tecondi continua sendo o executivo Cesar Floriano, do Formitex. O novo vice-presidente do terminal é Luis Opice, presidente da Elog – braço de logística da EcoRodovias.
 
A aquisição inclui ainda a Termares (armazém alfandegado) e a Termlog (de transporte e logística) que dão apoio às operações do Tecondi, o único dos três com saída para o mar. O terminal tem três berços de atracação privativos, com extensão de 703 metros, e cinco pátios de armazenagem que totalizam retroárea de 181 mil m2.
 
Com a compra do complexo Tecondi – primeiro ativo portuário da EcoRodovias – a área de logística passa a responder por 35% da receita da companhia ante fatia atual de 14%. O principal negócio do grupo ainda é a concessão rodoviária nas regiões Sul e Sudeste.
 
Com os ecopátios Cubatão e Imigrantes e as demais unidades da Elog Sudeste – localizadas em um raio de até 200 quilômetros do porto de Santos – a EcoRodovias tende a dinamizar a atual capacidade da instalação portuária.
 
A estimativa é encerrar o ano com 500 mil contêineres movimentados na instalação, alta de 61% sobre o registrado em 2011, diz Seras. "O grande problema hoje do Tecondi é a falta de retroárea, que vamos potencializar com os nossos ecopátios, principalmente o de Cubatão, que tem 443 mil m2. Basicamente será gestão e controle." Entre os investimentos, estão a aquisição de novos equipamentos e reordenamento da área.
 
O grande atrativo da compra, costurada há cerca de três semanas, foi a região em que o Tecondi está localizado, porque contíguo a ele existem três áreas cujos contratos estão terminando.
 
O plano da Codesp é licitar as três áreas (que, somadas, têm 207 mil m2) em uma única concorrência, cumprindo a premissa mundial de que terminais de contêineres são tanto mais eficientes quanto maiores forem suas dimensões. Faz sentido o Tecondi vencer a futura licitação, passando a ser um terminal de grande porte, em condições de competir com o novo padrão de terminais de Santos – a Embraport e BTP (em construção) e Santos Brasil, o maior do porto. "Esse é o objetivo e nós vamos participar dessa disputa", diz Seras.

(Fernanda Pires | Valor)

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