Levantamento mostra que o percentual dos gastos para manter as companhias abertas não chega a 0,5% das receitas das companhias
São Paulo – O custo de manter uma empresa aberta no Brasil não é tão alto assim. Pelo menos é o que mostra estudo liderado por William Eid Junior, professor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, publicado na revista RI de março.
As despesas necessárias para manter as companhias abertas são utilizadas para explicar o baixo número de empresas listadas na bolsa de valores brasileira.
No entanto, segundo o levantamento, que incluiu oito empresas, o percentual dos gastos não chega a 0,5% das receitas, sendo o maior custo o de relações com investidores (RI), com 0,12%.
As controversas publicações de resultados em mídias, por exemplo, representam somente 0,0296% da receita. O estudo analisou os gastos de companhias com receitas líquidas variando de R$ 700 milhões em 2011 até R$ 3,2 bilhões.
Para Eid, a questão da abertura de capital é mais cultural, pois boa parte dos gastos iniciais se refere a princípios importantes, como aumento da transparência. “O controlador deve estar consciente de que é preciso arcar com essas despesas”, diz.
Já os fatores que justificariam uma empresa fechar o capital estariam ligados à dificuldade em crescer, ao volume baixo negociado no mercado e à fatia do capital negociado em bolsa.
Se a empresa não obtém as vantagens esperadas pela listagem, a principal delas a captação de recursos, ela opta por fechar o capital, observa Eid.
A revista está comemorando 15 anos e traz ainda reportagens sobre a influência da mídia social nas decisões dos investidores e uma análise sobre o valor da sustentabilidade.
(Exame)