Laudo de Redecard pode ser sigiloso

Daqui a duas semanas, o Rothschild deverá concluir seu laudo de avaliação da Redecard. E existe a possibilidade de o documento não ser tornado público.

A avaliação está em comentário distribuído a clientes pela equipe de análise do Morgan Stanley na sexta-feira.
 
Os analistas encaminharam a seus clientes uma mensagem informando que, nos últimos dias, conversaram com partes envolvidas na operação para o fechamento de capital da operadora de cartões. O objetivo era encontrar respostas para algumas dúvidas que os investidores ainda possuem sobre a transação.
 
Os analistas afirmaram que no início desta semana o Rothschild deverá ter um resultado preliminar da avaliação que fez da Redecard. O documento final estará pronto dentro de 15 dias.
 
O Itaú Unibanco, controlador da Redecard, será então informado do valor justo calculado pelo banco para sua controlada. Se decidir manter a oferta de fechamento de capital, haverá uma assembleia de acionistas, e os minoritários terão acesso ao resultado do laudo. O levantamento será divulgado junto com o edital da oferta, com o valor final que o controlador está disposto a oferecer.
 
No entanto, se, após conhecer o laudo, o Itaú decidir não levar a oferta adiante, a avaliação do Rothschild não será tornada pública. Como observa a equipe do Morgan Stanley, os minoritários poderão não conhecer o trabalho do Rotschild, que foi o banco escolhido por eles mesmos para fazer a avaliação, a partir de uma lista tríplice indicada pelo controlador, que incluía também os bancos Credit Suisse e Merrill Lynch.
 
O Morgan também revelou que membros independentes do conselho de administração da Redecard contrataram o Citigroup e a butique financeira BR Partners para apresentarem uma segunda opinião ("fairness opinion") sobre o valor da empresa.
 
Os integrantes independentes no conselho da Redecard são Alessandro Carlucci, diretor-presidente da Natura, Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp, Laércio Cosentino, diretor-presidente da Totvs, e o advogado Marcelo Trindade, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
 
A expectativa é de que a oferta seja efetivada 30 dias depois da publicação do edital. Nos cálculos no Morgan, ocorrerá entre o fim de junho e início de julho.

"Acreditamos que o Itaú quer concluir a operação antes do anúncio dos dividendos do primeiro semestre, que deverão ser anunciados em julho", diz a equipe de análise.
 
Ainda conforme o Morgan Stanley, se a oferta para o fechamento de capital for confirmada e não tiver êxito, e o Itaú desejar retirar a companhia do Novo Mercado, os minoritário poderão solicitar um segundo laudo de avaliação, a ser preparado por outro banco de investimento.

(Ana Paula Ragazzi | Valor)
 

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