Marca Vivo substitui Telefônica em abril

Presente no mercado brasileiro desde a privatização, a marca Telefônica vai sair de cena em abril. Essa é a data escolhida pela companhia espanhola para adotar o nome e a identidade visual da Vivo em todos os serviços que oferece no Brasil – última etapa da integração das operações de telefonia fixa e móvel do grupo no país.
 
A mudança já havia sido anunciada, mas pela primeira vez a Telefônica revelou quando exatamente ela vai ocorrer. A informação foi divulgada ontem em uma apresentação à imprensa na qual os executivos da empresa fizeram uma retrospectiva de 2011 e falaram sobre as perspectivas para o próximo ano.
 
As 150 lojas e postos de atendimento da Telefônica no Estado de São Paulo terão seus letreiros e identidade visual substituídos pelos da Vivo. O mesmo será feito com os orelhões da companhia.
 
O nome Telefônica será usado apenas institucionalmente. Já é assim nos outros mercados em que o grupo atua. Telefónica é o nome da empresa, mas as atividades comerciais têm as marcas Movistar (Espanha e América Latina) e O2 (nos demais países europeus).
 
A troca de marca será o estágio final de um processo que começou no ano passado, quando a Telefônica fechou acordo para adquirir a parte da Portugal Telecom na Vivo por € 7,5 bilhões.
 
Em 2011, a empresa conduziu a união societária de seus ativos – com a incorporação da Vivo pela antiga Telesp – e lançou as primeiras ofertas comerciais combinando telefonia fixa e móvel. "A integração avançou muito mais rápido do que a gente imaginava", disse o presidente da Telefônica Brasil, Antonio Carlos Valente.
 
O grupo espanhol tem a expectativa de que a integração gere sinergias de R$ 8,2 bilhões a R$ 10,2 bilhões entre 2011 e 2013, incluindo redução de despesas e geração de novas receitas a partir da oferta combinada de serviços. Nas últimas semanas, aumentou a cobrança dos investidores para que esses ganhos se tornem realidade rapidamente – já que a crise na Espanha torna a subsidiária brasileira cada vez mais importantes nos resultados do grupo espanhol.
 
A pressão do mercado não se repete dentro da empresa, afirmou Valente. Segundo ele, não há cobrança por mais remessas de lucro nem há cortes no orçamento. "Até agora, temos tido todo o apoio [da matriz]. Mas é uma situação que nunca vivemos antes", ponderou.
 
Em contraste, as perspectivas para o Brasil são positivas. A companhia prevê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% a 4% no próximo ano e avalia que o país continuará distribuindo renda – fator importante para a expansão dos serviços de telefonia.
 
Valente não revelou quanto a Telefônica planeja investir em 2012, mas provavelmente será um valor próximo aos R$ 6 bilhões desembolsados neste ano. A companhia tem investimentos de R$ 24,3 bilhões programados para o Brasil entre 2011 e 2014.
 
A compra de licenças para a quarta geração (4G) do celular, o lançamento de novos produtos e a expansão dos serviços fora do Estado de São Paulo serão alguns dos destinos desses investimentos.
 
Está nos planos da companhia lançar uma operação de TV por assinatura transmitida por meio de sua rede de fibra óptica (IPTV).
 
Atualmente, a operadora tem 50 mil assinantes do serviço de fibra óptica – no qual oferece banda larga com velocidades de 30 megabits por segundo (Mbps) e 100 Mbps. A meta é chegar a 1 milhão de clientes até 2015.

(Talita Moreira | Valor)

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