Monsanto vê mercado brasileiro como prioridade

O Brasil é uma das prioridades para a Monsanto nos próximos anos. “O Brasil é a bola da vez”, diz Wanderley Elifas, gerente na unidade da companhia em Oxnard, Califórnia (EUA). “Vemos um potencial de crescimento muito bom no País. É um dos nossos focos, junto com China e América do Sul.”

Considerando todas as divisões de negócios, o Brasil é o segundo maior mercado para a Monsanto – com destaque para a venda de sementes de soja transgênica –, atrás apenas dos Estados Unidos. A empresa não revela os resultados no Brasil, mas informa que no mundo o faturamento foi de US$ 10,5 bilhões (aproximadamente R$ 16,8 bilhões) no ano fiscal de 2010. No mesmo período, foram investidos US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

Além das áreas de biotecnologia e defensivos, que respondem pela maior parte do faturamento, a Monsanto vê com especial interesse o mercado de sementes de hortaliças, que deve crescer a uma taxa anual de 5% nos próximos cinco anos. Hoje, o setor movimenta anualmente cerca de US$ 3 bilhões (R$ 4,8 bilhões), sendo US$ 108 milhões (R$ 172 milhões) no Brasil.

Mercado promissor

Os negócios com hortaliças da companhia americana estão a cargo da divisão Seminis e respondem por cerca de 8% das receitas totais da Monsanto. Em 2010, o faturamento da área foi de US$ 850 milhões (R$ 1,4 bilhão) no mundo, enquanto os investimentos em pesquisa ficaram em US$ 85 milhões (R$ 136 milhões).

Embora ainda represente uma parcela pequena nos negócios totais da empresa, as boas perspectivas para o consumo – ainda tímido – de hortaliças no Brasil fazem o setor ser visto como promissor. Tanto que a empresa decidiu retomar seu programa de melhoramento convencional para alface no Brasil a partir de 2012, com objetivo de desenvolver sementes mais adaptadas ao clima e solo do País.

“Dado o tamanho do mercado, não é absurdo falarmos em dobrar o consumo de folhas nos próximos anos”, diz Fernando Guimarães, gerente de negócios de hortaliças da Monsanto no Brasil. Para o executivo, o aumento da renda real média dos brasileiros justifica o otimismo. “A melhora do poder aquisitivo reforça a busca por uma alimentação mais saudável e prática. Com isso, cresce a demanda por produtos ”in natura” e itens prontos para consumo, como pacotes para saladas”, diz.

Ainda assim, o brasileiro consome um volume muito pequeno de hortaliças. Em média, são 47 quilos de legumes e folhas per capita por ano, três vezes menos que os 146 quilos recomendados pela FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação.

“O consumo total desses itens é muito baixo, e isso porque a conta inclui produtos como feijão e tomate. Se pensarmos só em alface, então, o volume é mínimo”, afirma Guimarães. “E isso indica que ainda há muito espaço para crescer.”

(Danielle Assalve l iG)

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