Outback quer crescer 20% ao ano com aposta em talentos

Em um segmento dominado por franquias, o Outback Steakhouse ganha espaço com um modelo de negócio diferente: ter um sócio em cada empreendimento.

Trazida ao Brasil em 1997, a rede de restaurantes de origem americana atua no país sob a forma de joint venture, sendo reservada a participação de 50% ao Outback International.

Mesmo assim, "99% das decisões são tomadas aqui, porém compartilhadas com os sócios", aponta Salim Maroun, presidente do Outback Brasil.

A gestão do estabelecimento é seu grande diferencial. Cada restaurante é próprio da empresa, uma parceria de Salim Maroun e Peter Rodenbeck, e conta com um sócio responsável pela administração.

Para se tornar um sócio do Outback é exigido um valor de R$ 60 mil, considerado uma cota de participação e não um investimento.

Foi justamente esse modelo de negócio, em que preza o empreendedorismo sem muito recurso financeiro, que atraiu os sócios Maroun e Rodenbeck. Modelo também que o libanês Maroun acredita ter o perfil brasileiro.

"Somos a ponte entre o capital e os talentos. Acreditamos que o modelo de franquia limita o talento gerencial, devido à necessidade de um investimento maior", afirma Maroun.

"Poucas vezes conhecemos o dono de um restaurante, quem toca o dia a dia é o gerente. Sem dinheiro, a pessoa sonha em ter um negócio, mas não consegue", explica o executivo.

"Mais do que investimento, queremos a dedicação e o know how da pessoa", completa.

A eficácia dessa forma de gestão transparece nas estatísticas da rede. Nos 32 restaurantes em operação, 60% dos sócios são pessoas que vieram de dentro da companhia.

Além disso, em 14 anos, nunca o Outback Brasil perdeu um sócio.

Expansão

Neste ano, foram abertos três restaurantes Outback em São Paulo e há previsão de mais duas inaugurações até o final do ano, que somam um investimento total de R$ 23 milhões.

A expectativa é manter a média de abertura de quatro a cinco restaurantes por ano, conforme observado em 2011. Considerando esse desempenho, o Outback terá uma expansão entre 15% a 20% em 2012.

Mas Maroun adverte: "expansão é resultado de trabalho, não é objetivo principal".

Para o executivo, o fundamental é ter uma infraestrutura que garanta qualidade do produto, do atendimento e do ambiente de trabalho.

A estratégia para abertura dos restaurantes está focada nos shoppings, tanto que as duas inaugurações ainda previstas para esse ano serão no Shopping Villa Lobos e no ParkShopping São Caetano.

De acordo com Maroun, a escolha está baseada na facilidade de acesso e estacionamento, segurança, dinâmica – em que o cliente pode comprar, comer e ir ao cinema – e compromissos contratuais.

(Michele Rueda l Brasil Econômico)

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