Rede de salão de beleza vai à bolsa para ser a maior do país

Em fase pré-operacional, Intercosmetics já pediu registro de companhia aberta na CVM, quer listar ações no Bovespa Mais e já tem portal para relacionamento com investidor.

Usar o mercado de ações para construir, por meio de aquisições, a maior rede de salões de beleza do Brasil. Esse é o plano da Intercosmetic Holding, que pediu registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O próximo passo será a listagem no Bovespa Mais, segmento de acesso da BM&FBovespa para empresas de pequeno e médio porte.

Segundo o vice-presidente da companhia, Alexandre Souza de Azambuja, o objetivo é ter 100 salões em um prazo de 12 meses e chegar a 500 em cinco anos. O executivo é também presidente da Templars Trust, incubadora que deu origem à Intercosmetic.

"A empresa será um veículo para fusões e aquisições de salões. O Bovespa Mais é um caminho para termos mais exposição", explica Azambuja.

Por enquanto, a empresa está em fase pré-operacional ("star-up") e tem um capital social de R$ 630 mil. No entanto, já é possível visualizar em seu site todo o seu plano de negócios, objetivos, bem como áreas já definidas no portal para kit do investidor, cotações em bolsa e analistas que acompanham o papel.

Segundo Azambuja, a empresa se espelha na Regis Corporation, rede que une mais de 30 marcas, como Jean Louis David, MasterCuts e Carlton Hair, e que tem capital aberto nos Estados Unidos. São mais de 12 mil unidades em diversos países.

Espelhando-se na companhia americana, a Intercosmetic fechará opções de compras de redes de salão no Brasil. Com um preço predefinido, fará uma emissão de ações com o propósito específico de levantar recursos para a aquisição ou fusão. "Iremos sempre distribuir 100% dos nossos dividendos aos nossos acionistas. A cada aquisição, vamos emitir mais ações", explica o executivo.

Se o plano der certo, as primeiras aquisições irão ocorrer no Paraná – a Intercosmetic Holding e a incubadora Templars estão sediadas em Curitiba. Segundo o executivo, já foi iniciado a negociação com ao menos uma rede do estado, formada por sete salões e que fatura cerca de R$ 40 milhões ao ano.

"Vamos primeiramente trabalhar no segmento de alta renda, mas depois faremos uma segmentação da rede atendendo diversas classes", diz.

Azambuja, que já foi consultor de franquias antes de iniciar o projeto da incubadora, em 2005, não esconde o desejo de conseguir levar a empresa para o segmento tradicional de ações da Bovespa no futuro. Para isso, espera a diversificação dos negócios da Intercosmetics.

Fornecedores na mira

Na primeira fase do projeto, a empresa quer montar uma rede de salões que funcionará como um canal de distribuição para produtos da área de higiene e beleza. A holding poderá comprar, por exemplo, uma indústria de cosméticos para abastecer todas as unidades de salões.

Embora o Bovespa Mais conte hoje com apenas duas empresas, a Nutriplant e a Desenvix, Azambuja acredita que esse é o meio adequado para buscar recursos e dar visibilidade à empresa. Outras 21 companhias pré-operacionais da incubadora Templers devem passar pelo mesmo processo.

(Ana Paula Ribeiro l Brasil Econômico)

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