Ricoh estuda possibilidade de iniciar produção no país

Depois de 40 anos com atuação no Brasil por meio de um escritório e três centros de distribuição, o grupo industrial japonês de equipamentos de impressão Ricoh começa a amadurecer a ideia de instalar uma fábrica e um centro de pesquisas no país, nos próximos anos. Se o projeto for concretizado, será a 21ª fábrica do grupo e sua primeira na América Latina – já existe uma unidade fabril no México. Se os resultados obtidos até agora no mercado local continuarem a se desenvolver irão justificar os planos de trocar a importação pela fabricação, segundo o presidente da subsidiária brasileira, Diego Imperio. Do faturamento que a América Latina produz para a Ricoh, cujo valor não é revelado, o Brasil contribui com a maior fatia, 30%, diz Imperio. Em seguida vem o México, com 20%. A estimativa do grupo é que o faturamento tenha alcançado US$ 25 bilhões no ano passado, 14% acima dos US$ 21,9 bilhões obtidos em 2010 nos 180 países onde está presente.
 
Inicialmente atraída ao Brasil para atender os clientes multinacionais que aqui se instalavam, a Ricoh também passou a conquistar contratos de empresas brasileiras. Há alguns anos, quando muitos desses clientes começaram a se instalar em outros países, começaram a levar os contratos da Ricoh Brasil, garantindo atendimento dos escritórios do grupo na nova localidade. A partir de 2013, o crescimento anual no Brasil deve ficar entre 10% e 20%, calcula Imperio.
 
Em janeiro, a subsidiária local concluiu o processo de incorporação da InfoPrint Solutions, uma joint venture criada entre a Ricoh Company e a Printing Systems Division, do grupo IBM, em 2007, com produtos voltados para impressões digitais. A incorporação global começou em julho de 2010 e deve terminar até meados de 2013, garantindo que a InfoPrint se torne uma subsidiária integral da companhia japonesa. "O Brasil foi o último [de sete países] a sofrer a integração na América Latina justamente por ser o maior mercado para a Ricoh na região", disse Imperio. O grupo tem 13 subsidiárias na região e está presente nos demais países do bloco latino-americano por meio de 40 distribuidores.
 
Imperio estima que o faturamento da subsidiária brasileira cresça substancialmente em 2012 com a integração da InfoPrint e afirma que o número de funcionários passará de 250 para 500 este ano – globalmente, são 110 mil empregados. Além disso, com a fusão estão previstos lançamentos de equipamentos de impressão, de videoconferência e projetores.
 
Entre as áreas de interesse da empresa no país está o setor de óleo e gás, que concentra cerca de 20% dos clientes diretos e responde por 10% do faturamento da Ricoh Brasil.

(Marta Nogueira | Valor)

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