Setor imobiliário vê espaço para queda de preços com medidas do governo

As medidas anunciadas ontem pelo governo federal para desonerar o setor de construção civil devem provocar a redução de preços de imóveis novos e permitirão também o aumento das margens de lucro das construtoras e incorporadoras, segundo avaliação de Basilio Jafet, presidente da Fiabci Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).

“Qualquer redução de custos é positiva e vai incidir no preço final, certamente. Não dá para saber de quanto será a redução no preço final, mas alguma coisa deve, sim, ser possível de reduzir”, afirmou Jafet sobre o impacto das medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.
 
Entre as principais mudanças anunciadas pelo governo, estão a mudança na incidência da contribuição previdenciária (antes de 20% sobre a folha salarial e agora de 2% sobre o faturamento bruto), válida apenas para as construtoras, e a redução de 6% para 4% na alíquota do RET (Regime Especial de Tributação). Essa última medida vale para construtoras e incorporadoras.
 
Para Jafet, ainda não é possível saber qual será o impacto exato no preço final ao consumidor pelo fato de ser recorrente o uso de mão de obra terceirizada no segmento.
 
O presidente da Fiabci também sugeriu que a redução de custos permitirá que as construtoras e incorporadoras aumentem suas margens de lucro. “Hoje trabalhamos com margens reduzidíssimas, no limite do limite”, comentou, em mesa redonda organizada pela entidade, que debateu as perspectivas do mercado imobiliário para o ano que vem.
 
Em sua palestra de abertura do evento, o presidente do Secovi, Claudio Bernardes, comemorou as medidas anunciadas pelo governo. “A redução da alíquota da RET de 6% para 4% será um estímulo grande”. Ele comentou ainda que, no caso da desoneração da folha de pagamentos, a medida será positiva somente se as construtoras que trabalham com mão de obra terceirizada possam abater essa redução de gastos. “Mas a Receita já sinalizou esse abatimento”, afirmou.
 
O segmento espera que no ano que vem ocorra um aumento no número de lançamentos na capital paulista e também elevação no número de unidades vendidas. O Secovi, porém, não fez estimativas.
 
O mercado imobiliário na capital deve fechar este ano com redução no número de lançamentos. O Secovi projeta cerca de 30 mil unidades lançadas neste ano, diante de 38 mil no ano passado, uma redução de cerca de 20%.
 
(Folha de São Paulo)

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