SKF inicia operação de segunda linha e já prevê nova expansão

Uma das maiores fornecedoras mundiais de rolamentos para os setores automotivo e industrial, a sueca SKF inaugura hoje a segunda fábrica de seu complexo industrial em Cajamar (SP) e já estuda a execução de um novo ciclo de investimentos no país. Em entrevista por telefone ao Valor, o presidente mundial da SKF Rolamentos, Tom Johnstone, afirmou que a futura expansão de capacidade produtiva no país pode ser implementada em dois ou três anos. "Alguns países, como o Brasil, são prioridade em termos de crescimento. Temos planos de mais investimentos nessas regiões", ressaltou o executivo.

Além de vir ao país para a cerimônia de inauguração da linha, a primeira na América do Sul a produzir rolamentos de roda de segunda geração segundo a SKF, Johnstone participará da reunião anual do conselho mundial do grupo, que pela primeira vez vai ser realizada no Brasil. A escolha do país é um claro indicativo da importância que a região conquistou para a operação global do grupo.

No ano passado, a participação da unidade brasileira nos negócios da SKF foi de 4,3% – o faturamento total do grupo ficou em US$ 9,5 bilhões no exercício. Até 2015, quando o grupo espera alcançar receitas globais de US$ 19 bilhões, a parcela proveniente da SKF do Brasil deve chegar a 10%.

Sobre investimentos futuros, o presidente da operação brasileira, Donizete dos Santos, contou que a estratégia é acompanhar o crescimento tanto do segmento automotivo quanto de infraestrutura. Eventos como Copa do Mundo e Olimpíada devem impulsionar novos negócios nessa última área, mas a aposta é a de que a economia brasileira em geral mostre expansão e abra oportunidades ao grupo.

Boa parte da nova produção em Cajamar, cuja segunda fábrica recebeu investimentos de R$ 13,5 milhões, já está contratada por uma grande montadora instalada no país. A linha, que tem capacidade inicial de 1,2 milhão de rolamentos por ano e deve alcançar 2,1 milhões de unidades anuais em 2014, está voltada à fabricação de um rolamento equipado com sensor de ABS. A legislação nacional torna obrigatória o uso desse dispositivo nos veículos produzidos no país a partir de 2014.

Inicialmente, o novo rolamento vai equipar carros populares – com a inauguração da segunda fábrica, o Brasil se torna plataforma mundial do grupo para a produção de rolamentos destinados a essa categoria de veículos. Antes da expansão, o complexo industrial paulista da SKF tinha capacidade de produção de 35 milhões de rolamentos por ano.

De acordo com o presidente mundial do grupo, embora países emergentes, incluindo alguns do Leste Europeu, representem hoje o principal motor para crescimento dos negócios, não é possível descartar a importância de mercados como o americano. "Pode haver desaceleração nos Estados Unidos, mas ainda estamos falando de um mercado extremamente relevante", comentou o executivo.

Entre setembro e outubro, acrescentou Johnstone, as encomendas no mercado brasileiro mostraram alguma desaceleração. No período, o ritmo de vendas de veículos novos perdeu força. Contudo, a avaliação do executivo é a de que a redução da demanda fique limitada ao curto prazo. "Vemos melhora mais adiante", destacou. Além de entregar componentes para a indústria automobilística, a SKF é importante fornecedora dos setores ferroviário, sucroalcooleiro, de mineração e metalurgia e papel e celulose. No ano passado, 46% da produção da unidade brasileira foi exportada.

(Stella Fontes | Valor)

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