Stanley Black&Decker prepara plano de expansão no Brasil

Um ano após a união da Black&Decker com a Stanley, duas grandes fabricantes americanas de ferramentas, a operação brasileira da nova empresa começa a traçar sua estratégia e a definir investimentos. A Stanley não produzia no país e atuava basicamente através de importadores. Já a Black&Decker produz no Brasil há cerca de 30 anos e, desde 1996, tem uma unidade em Uberaba (MG), onde fabrica ferramentas, eletrodomésticos, metais sanitários e fechaduras.

Já este ano, a subsidiária adotou a nova marca mundial Stanley Black&Decker e iniciou a fabricação, em Minas Gerais, de alguns itens até então importados pela Stanley. Mas o crescimento das vendas, principalmente no mercado interno e com mais intensidade neste fim de ano, empurrou a produção para muito perto da capacidade da fábrica, o que obriga a investimentos além daqueles normalmente feitos para manutenção dos atuais equipamentos.

"Em algumas linhas, como ferros de passar, estamos no limite. Estamos produzindo 10 mil unidades por dia desse tipo de produto. Em outras linhas temos um pouco mais de folga. Mas precisamos ampliar a capacidade para acompanhar a expansão esperada para 2011", conta Paulo Martins, presidente da empresa no Brasil.

Martins não fala em números. Ele diz que os estudos serão fechados no início do próximo ano para serem apresentados à direção da empresa nos Estados Unidos. A definição terá de ser rápida e a subsidiária conta com dinheiro em caixa para realizar as ampliações necessárias. A expectativa do executivo é de iniciar os investimentos ainda no segundo trimestre de 2011.

A atual capacidade da fábrica é de 6,3 mil unidades, somando todas as linhas de produtos. Este ano devem ser produzidas 5,5 mil unidades, com uma média de ocupação de 87%. A fábrica ocupa apenas 20 mil m2 de um terreno de 100 mil m2, o que permite a instalação de novas linhas de produção.

A empresa deve fechar 2010 com faturamento de R$ 520 milhões, crescimento de 30% sobre o ano passado. A previsão inicial era de uma expansão de 18%, o que explica a produção ter ficado muito perto da capacidade total. Para 2011, a Stanley Black&Decker trabalha com uma expansão nas vendas de 15%.

O potencial do mercado interno do Brasil será o principal argumento que os executivos brasileiros vão levar para a matriz nos Estados Unidos. "Copa do Mundo, Olimpíada, estaleiros, saneamento, energia e estradas. O país tem uma série de oportunidades", destaca Martins. As exportações são pequenas, apenas 5,5% da produção, e devem somar 300 mil unidades este ano. Mas já chegaram a 40% do total produzido.

A empresa emprega atualmente 800 pessoas na fábrica e tem mais 300 funcionários nas áreas administrativa e comercial, além de 120 representantes comerciais espalhados pelo país. Do total do faturamento, 48% vem dos eletrodomésticos, 22% das ferramentas industriais, 20% das ferramentas domésticas e o restante é dividido entre metais sanitários, fechaduras e acessórios e peças.

(Carlos Prieto | Valor)

 

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