TÜV planeja expansão no Brasil com Copa do Mundo e Olimpíada

Quando a FIFA lançou, neste ano, uma norma para a construção dos estádios da Copa do Mundo de 2014, uma nova oportunidade de negócios se acumulou aos já existentes para a certificadora TÜV Rheinland no Brasil. A federação de futebol passou a exigir pelo menos um certificado internacional que ateste a sustentabilidade das edificações para o evento, como o selo Leed (sigla para Leadership in Energy and Environmental Design), fornecido, entre outras empresas, pela TÜV. Pelo menos US$ 1 bilhão serão movimentados no mercado da certificação por causa do Mundial de futebol e a Olimpíada de 2016, segundo estimativas da empresa.

A importância dos dois eventos esportivos é demonstrada pelo plano da companhia em abrir um escritório no Rio de Janeiro justamente para se aproximar de negócios envolvendo os Jogos Olímpicos e outros projetos em infraestrutura. Contando com a receita oriunda das competições, a companhia traçou um objetivo ambicioso. O plano é crescer no Brasil para fazer da América Latina, em cinco anos, a geradora de 20% de seu faturamento global – hoje, em € 1,3 bilhão. As chances de sucesso são grandes devido à pouca concorrência no segmento. "Não existe um grande número de empresas de certificação", diz o presidente mundial da companhia, Bruno Braun, que – não por acaso – esteve no país neste mês.

Hoje, a companhia reúne desde certificação de equipamentos em usinas nucleares à de aparelhos celulares. A certificação pode ser de caráter voluntário, cuja decisão é exclusiva da empresa que fabrica o produto ou fornece o serviço, ou compulsório, estabelecida pelo governo. No Brasil, agências reguladoras podem acreditar a inspeção de produtos e serviços a empresas especializadas. É o que fazem a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) – para este último, por exemplo, a TÜV faz inspeções e certificações de produtos como aparelhos eletrodomésticos e de áudio e vídeo.

Fundado há 140 anos, o grupo está presente em 61 países. Os planos atuais incluem, além do crescimento orgânico, aquisições de empresas do ramo, conforme adianta Braun. A companhia está à procura de uma companhia de inspeção na área da mobilidade. Estão sendo sondadas certificadoras de transportes sobre trilhos e aviação. "Temos um grande potencial de crescimento no mercado da mobilidade. Além do já existente mercado no Sul e no Sudeste, há muitos investimentos programados nessa área em diferentes regiões do país", diz Braun.

As aquisições já fazem parte da história da TÜV no país. Depois de chegar ao Brasil em 2006, a TÜV comprou as empresas União Certificadora (UCIEE), que atua em inspeção e certificação de equipamentos eletrônicos, e Orplan Inspeções, de inspeção de equipamentos de petróleo e gás. Além disso, em 2007, assumiu a Ductor, consultoria de engenharia. Depois dessas aquisições, triplicou de tamanho – de 400 clientes para mais de 1,2 mil (hoje, alcança 1,5 mil, de acordo com Braun).

(Fábio Pupo | Valor)

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