Nova lei do Cade derruba fusões e aquisições na América Latina em agosto.

Em agosto, o número de fusões e aquisições na América Latina atingiu o menor nível em sete anos, de acordo com levantamento elaborado pelo Merrill DataSite em parceria com a consultoria Mergermarket. No mês, foram fechadas 21 operações na região, no valor total de US$ 4 bilhões.
 
Segundo a consultoria, o movimento reflete, principalmente, a queda nas fusões e aquisições no Brasil, principal mercado da região. A redução é fruto da ressaca após a nova lei do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que entrou em vigor em junho e estabeleceu que as operações têm de ser submetidas à aprovação prévia do órgão de defesa da concorrência.
 
Pela lei anterior, as empresas fechavam os acordos de fusão ou aquisição e só então os submetiam ao crivo do Cade. A mudança na lei fez com que diversas companhias adiantassem o fechamento de negócios, o que provocou uma concentração de anúncios em maio.
 
Naquele mês, foram divulgadas 51 operações, no valor total de US$ 10 bilhões, equivalente a 70% do total movimentado na América Latina no período. Desde então, o movimento vem perdendo fôlego no Brasil.
 
Em agosto, o país registrou apenas 11 negócios, no valor de US$ 1,2 bilhão, uma fatia de 50% do total anunciado na região. Refletindo o esfriamento do mercado brasileiro, ressalta a Merrill Data em relatório, o principal negócio da América Latina em agosto foi fechado no Chile.
 
Naquele mês, a mineradora Codelco, em parceria com a japonesa Mitsui & Co, anunciou a compra de uma fatia de 29,5% na produtora de cobre Anglo American Sur, por US$ 2,8 bilhões.
 
“Parece que o novo ambiente regulatório está mudando o cenário de fusões e aquisições na América Latina”, destacou a analista Lana Vilner no relatório. Apesar da queda recente, no entanto, ela destaca que é natural que os investidores se ajustem às novas regras e que o mercado brasileiro se aqueça novamente nos próximos meses.

(Folha de São Paulo)

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