Sá Cavalcante investe R$ 4 bilhões para ter dez shoppings até 2015

Grupo se especializou em complexos comerciais, que devem gerar R$ 400 milhões este ano

O mercado de shoppings center no Brasil está em franca expansão e o grupo Sá Cavalcante faz parte desse cenário. A holding que nasceu no Ceará há 36 anos com o DNA de construtora e incorporadora, tem um modelo de negócio integrado e um plano ousado: saltar dos atuais três shoppings para 10 unidades no portfólio, entre obras concluídas e em andamento, até 2015. “Nosso foco é investir em cidades de médio porte, com grande potencial de crescimento”, explica Leonardo Cavalcante, presidente da divisão de shoppings e filho do fundador da companhia.

Para isso, o grupo está investindo cerca de R$ 4 bilhões na compra de terrenos e na construção dos empreendimentos. Seguindo com o plano de expansão, em julho, a Sá Cavalcante fez uma emissão de debêntures, a primeira oferta pública de valores mobiliários feita pela companhia, no valor de R$ 350 milhões. O valor adquirido vem sendo investido nos projetos de construção dos shoppings.

Complexos imobiliários

A estratégia de negócio da empresa passa pela integração. Depois de vender o shopping Tijuca, no Rio de Janeiro, para o grupo BR Malls por R$ 800 milhões em 2010, a companhia incrementou seus projetos. Seguindo a tendência de complexos que reúnem salas comerciais, edifícios residenciais e centros comerciais, como por exemplo, o Cidade Jardim, endereço nobre de São Paulo pertencente ao grupo JHSF, a Sá Cavalcante tem em seu portfólio alguns dos maiores complexos do Norte e Nordeste do país. Só no Espírito Santo são dois shoppings em funcionamento, outros dois em construção e um quinto projeto em desenvolvimento – todos nesse modelo.

Em São Luís (MA), o shopping da Ilha é o maior empreendimento da cidade e está em fase de expansão. Serão construídas torres com 3,2 mil unidades entre apartamentos e salas comerciais. A prefeitura da cidade optou por transformar a região em um bairro, que se chamará Reserva da Ilha e ficará a cargo da Sá Cavalcante. “Cuidaremos de toda a infraestrutura da região”, explica Cavalcante. O investimento na criação do complexo de escritórios e apartamentos começou em 2010 e deverá somar R$ 1 bilhão até sua conclusão, prevista para três anos.

Cavalcante revela que o grupo também está desenvolvendo o estudo da viabilidade de investir em um complexo comercial em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. “Estamos levantando os custos e desenvolvendo o projeto.” A construção de um shopping costuma ser para a companhia, o primeiro pilar para a entrada do grupo em uma nova área. “Depois de instalado, a incorporadora chega com os lançamentos das torres e montamos o complexo”, explica Cavalcante. Com a constante prospecção de áreas e regiões, a companhia já tem uma reserva de terras quitada no valor de R$ 6 bilhões. “Isso nos dá muita segurança para expandir nos próximos anos”, explica o executivo.

Para agilizar o trabalho e manter o controle de qualidade dos empreendimentos que constrói, a Sá Cavalcante cuida de todos os processos da obra, desde a prospecção do terreno, desenvolvimento do projeto de engenharia e arquitetura, passando pela comercialização dos espaços e administração dos condomínios. Em Teresina, o grupo está construindo o shopping Rio Poti, que além de prédios comerciais e residenciais, terá um hotel integrado ao complexo.

Atuação diversificada

Cavalcante explica que apesar de os principais investimentos do grupo estarem na região Nordeste, a ampliação da área é uma possibilidade. Segundo ele, além do projeto em Guarulhos, ainda não há nenhuma outra região com planos em desenvolvimento, mas ele dá dicas de onde o grupo poderá atuar nos próximos anos. “Gosto muito da região Centro-Oeste, no passado estudamos algumas operações por lá, mas bateu na trave”, brinca.

A previsão do grupo é fechar este ano com valores gerais de vendas, ou seja, o potencial disponível para comercialização de R$ 410 milhões, incluindo os complexos com shoppings e prédios, ante R$ 290 milhões no ano passado. Para 2015, a expectativa é alcançar o montante de R$ 500 milhões.

(Ademi RJ)

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