São Carlos busca novos projetos com poder de compra de R$ 1 bilhão

SÃO PAULO – Dois edifícios comprados pela São Carlos – um dos anos 40, na zona portuária do Rio de Janeiro, e outro da década de 70, na Avenida Nova de Julho, em São Paulo – dão o tom dos negócios buscados pela empresa no mercado imobiliário.

A companhia compra prédios comerciais antigos para submetê-los a processos de retrofit, uma reforma profunda que permite reposicioná-los no mercado com mais valor.

“Estamos muito ativos, com a mesa cheia de negócios a serem fechados”, afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da São Carlos, Fabio Russo. No Rio de Janeiro, estão em foco edifícios nas regiões de Botafogo e Flamengo, em direção ao centro. Em São Paulo, a empresa busca oportunidades nas avenidas Paulista e Santo Amaro, na Marginal do Rio Pinheiros e no entorno do Itaim.

De olho nos novos investimentos, a São Carlos – que nasceu dos ativos imobiliários das Lojas Americanas – encerrou o primeiro trimestre do ano com saldo de caixa de R$ 306 milhões. Com base em sua capacidade de alavancagem, a empresa do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira calcula um poder de compra de R$ 1 bilhão.

Nos primeiros meses de 2011, a empresa registrou queda de 38,7% no lucro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Além de itens não recorrentes, houve um aumento nas despesas financeiras. “É o fruto natural do nosso crescimento”, considera Russo, que atribui os gastos aos empréstimos para compra de três edifícios no ano passado.

Para garantir receita, a São Carlos conta com reajustes contratuais. Nos doze meses seguintes ao fim do primeiro trimestre, encerra-se o prazo de cinco anos de 19% dos contratos da empresa. A julgar pelo primeiro trimestre deste ano, quando o aumento real médio do aluguel foi de 21%, as renovações devem trazer impacto positivo nos ganhos.

“A força do setor tem sido muito maior do que as medidas macroprudenciais do governo. Não conseguimos ver essa situação se inverter nos próximos dois anos”, afirma Russo. A empresa fechou o trimestre com vacância média de 2,5% em seus 41 imóveis, sendo que no Rio de Janeiro a taxa de ocupação chegou a 100%.

(Luciana Seabra | Valor)

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