Stefanini planeja aporte de R$ 300 milhões até 2014

Uma das poucas companhias brasileiras de serviços de tecnologia da informação (TI) a apostar em um projeto de internacionalização mais amplos, a Stefanini prepara novos passos para consolidar-se como uma marca global. Apesar disso, o Brasil permanece como um dos principais pilares nessa estratégia, o que vai ao encontro da visão de grande parte das multinacionais do setor, que também vêm ampliando seus investimentos no país.
 
Sob esse desenho, a Stefanini anunciou, ontem, um plano de investimento de R$ 300 milhões para os próximos três anos. Metade desse montante será destinado à operação local e outros 50% ao mercado internacional. O aporte será para aquisições, com o objetivo de ganhar escala nas operações no exterior e ampliar o portfólio de serviços da companhia no Brasil, que inclui desenvolvimento de software sob medida e atendimento técnico, entre outros itens.
 
No plano das aquisições internacionais, o executivo destaca que o principal alvo é o mercado americano, seguido pela Europa, mesmo diante dos efeitos da desaceleração econômica global nessas regiões. "Quanto maior e mais maduro for o mercado, melhor, pois as empresas consomem mais serviços de TI. É diferente de países como a Índia, nos quais a demanda por equipamentos ainda é muito forte", explica Marco Stefanini, fundador e presidente da companhia.
 
Nos últimos 12 meses, a Stefanini investiu US$ 100 milhões para comprar as americanas TechTeam e CXI, e a colombiana Informática & Tecnologia. Stefanini diz que o desafio foi absorver e integrar as novas operações. O plano para 2012 é gerar mais negócios e sinergias a partir da base criada. A previsão é atingir uma receita de R$ 1,67 bilhão no próximo exercício, o que representará um crescimento de 35% em relação a 2011. Neste ano, as receitas foram da ordem de R$ 1,24 bilhão.
 
Como reflexo dessa expansão, a Stefanini prevê contratar de 2,5 mil a 3 mil profissionais ao longo de 2012. Atualmente, a empresa conta com 14 mil funcionários distribuídos em 71 escritórios localizados em 28 países. O processo de internacionalização, no entanto, não foi um caminho fácil, destaca o executivo. "Temos um bônus agora, mas tivemos um ônus de mais de dez anos", diz.
 
A Stefanini também anunciou uma nova estrutura operacional, com a divisão dos negócios em quatro regiões. A partir de janeiro, Mônica Herrero e Marcelo Ciasca assumem como executivos-chefes do Brasil e América Latina, respectivamente. Até então, o organograma da empresa contava com líderes em outras duas regiões: Europa e América do Norte, que continuam sob o comando de Manoel Frade e Antonio Moreira. Marco Stefanini vai atuar como executivo-chefe global.
 
Stefanini diz acreditar que em um prazo de cinco anos a companhia vai criar uma nova divisão para abranger os negócios na região Ásia/Pacífico, que atualmente está sob a alçada da unidade da América do Norte.
 
Para Mônica, que vai comandar os negócios no Brasil, o maior desafio será com outras operações da própria Stefanini, em virtude da escassez de mão de obra e dos custos locais. "No atendimento a contas regionais, por exemplo, o México tem um custo muito mais atrativo que o nosso", diz a executiva.
 
Em outra frente, a operação brasileira será a base de lançamento de um projeto de inovação que está sendo implantado pela Stefanini. Com um investimento inicial de R$ 15 milhões, a proposta é estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócio. Além do estímulo ao empreendedorismo dos funcionários, a iniciativa vai procurar desenvolver parcerias com empresas novatas de tecnologia e universidades. Atualmente, a Stefanini já mantém centros de atendimento na TecnoPuc e na Unisinos, no Rio Grande do Sul.
 
Com sete escritórios abertos no país em 2011 e uma receita no ano de R$ 744 milhões, a previsão para o crescimento no mercado local em 2012 é de 25% a 40%.

(Valor)

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