Teles devem investir R$ 200 bilhões até 2018

A compra do controle da Vivo pela Telefónica e a entrada da PT (Portugal Telecom) na Oi marcam uma nova fase de investimentos estrangeiros no Brasil, que se tornou o país preferido pelos investidores no setor de telecomunicações.

Movimentando R$ 25,7 bilhões, os dois negócios são os maiores do setor no país. Isoladamente, a compra do controle da Vivo pela Telefónica, por R$ 17,2 bilhões, é o maior deles e torna a operadora espanhola a maior do país.

Segundo a Telefónica, 60% dos 7,5 bilhões serão pagos após a aprovação pela Anatel. O restante será pago em duas parcelas: R$ 1 bilhão no final deste ano e R$ 2 bilhões em outubro de 2011. Metade desse dinheiro será reinvestida no Brasil porque a PT usará esses recursos para injetar na Oi, empresa de que passa a deter 22,4%.

Estimativas da própria Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) indicam que o setor deverá receber mais de R$ 200 bilhões em investimentos até 2018.

A cifra considera, por exemplo, os recursos que serão obtidos com o leilão das últimas faixas de frequência da telefonia celular em terceira geração (3G), da banda H, previsto para este ano.

Grupos estrangeiros já visitaram a agência e estão interessados em participar do leilão. Dentre eles estão a americana Nextel, as japonesas KDD e NTT DoCoMo, a francesa Vivendi, entre outros, inclusive brasileiros.

Não estão incluídas no cálculo as fusões e as aquisições que ainda estão por vir, a exemplo do que ocorreu entre Oi, PT, Telefónica e Vivo. A Folha apurou que há outros processos de consolidação que devem ocorrer nos próximos dois anos.

PACOTES COMBINADOS

Números apresentados pela PT a investidores na semana passada explicam o que os grupos estrangeiros veem no Brasil.

Na lista dos países com mais de 100 milhões de habitantes e PIB (Produto Interno Bruto) nominal acima de US$ 1 trilhão, o país é o que mais se destaca em termos de crescimento. Nos cálculos exibidos pela PT, o país deverá estar entre os quatro maiores do mundo, com um PIB de US$ 8,7 trilhões, em 2015.

"Ninguém que pretende continuar crescendo no mundo pode ficar fora do Brasil", disse Zeinal Bava, presidente da PT.

De acordo com as projeções da PT, até 2014 22% dos domicílios brasileiros terão TV por assinatura, todos os brasileiros terão pelo menos um número de celular e 33% estarão navegando na internet pela rede móvel (3G).

Mas, para as teles, o mais importante é que 33% dos domicílios devem preferir pacotes combinados (internet, TV, telefonia fixa e móvel), tipo de serviço que vai definir a competição entre as teles nos próximos anos.

Por isso, elas estão se fundindo. Com suas empresas reunidas em uma só, elas podem oferecer diversos serviços emitindo somente uma fatura. Separadas, o pacote custaria mais caro.

A Anatel confirma esse cenário. Até 2018, o país terá 160 milhões de acessos à internet (120 milhões pela rede móvel). Quase todos as 45 milhões de linhas fixas estarão conectados à internet. E o país terá 272 milhões de números celulares habilitados.

(Julio Wiziack | Folha Online)

 

 

 

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