Valor de mercado da AmBev aproxima-se de R$ 200 bi e chega perto da Vale

A AmBev, dona das marcas de cerveja Brahma, Skol e Antarctica, está perto de alcançar uma marca histórica. Na quarta-feira, seu valor de mercado atingiu quase R$ 200 bilhões, cifra próxima atualmente à da Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, que fechou o pregão da Bovespa avaliada em R$ 208 bilhões.

Os valores equivalem à soma das ações das companhias. Na quarta-feira, as ações preferenciais da AmBev continuaram subindo e os papéis da Vale caíram ainda mais, o que aproximou o valor de mercado das duas companhias.

As ações da AmBev fecharam alta de 1,8%, a R$ 64,01, e foram a segunda maior alta do Ibovespa. As ações da Vale, por sua vez, ficaram entre as cinco maiores quedas do índice da bolsa brasileira. As ações da mineradora encerraram o pregão em baixa de 4,3%, a R$ 41,42.

Muitos investidores, sobretudo estrangeiros, saíram comprando papéis da AmBev, que controla 70% do mercado brasileiro de cerveja, por acreditarem que, em tempos de crise, as ações da companhia são um porto seguro. Os consumidores continuarão bebendo cerveja e a AmBev é, reconhecidamente, uma eficiente gestora de custos e uma boa pagadora de dividendos.

A Vale, ao contrário, tem sido penalizada por uma série de más notícias, incluindo, mais recentemente, as rachaduras apresentadas nos dois lados do casco de seu super cargueiro, durante carregamento no Maranhão. “Mas consideramos que as reações do mercado tenham sido exacerbadas”, avalia a corretora Um Investimentos, em seu último relatório de recomendações de ações.

Na avaliação de fontes do setor, a aproximação do valor de mercado das duas companhias demonstra uma irracionalidade. Segundo um analista, os investidores parecem ter, agora, exagerado na dose de cerveja ou de mau humor em relação à mineradora brasileira. Nos últimos doze meses, as ações da AmBev subiram 40%, enquanto as ações da Vale caíram 22%. No mesmo período, o índice Ibovespa recuou 16%.

Se colocadas lado a lado, a AmBev é bem menor que a Vale. Os analistas estimam que a receita líquida da Vale será neste ano de R$ 104 bilhões e que o seu lucro líquido será de R$ 38 bilhões. As projeções são de que a AmBev alcance neste ano uma receita líquida de R$ 26,7 bilhões e que o seu lucro líquido se situe em torno de R$ 8,5 bilhões.

Mau humor

O mau do humor mercado com a Vale vem sendo alimentado por notícias ruins nos últimos meses. Segundo a Um Investimentos, além de reduzir os seus planos de investimento para 2012, a mineradora poderá perder participação nas vendas de minério para as siderúrgicas brasileiras nos próximos anos e está envolvida numa disputa judicial com o governo, referente a cobrança de R$ 25 bilhões em tributos sobre o seu lucro no exterior. A possível desaceleração econômica na China só piorou as perspectivas para a companhia.

“Mas as ações estão valendo pouco quando consideradas perspectivas para a companhia no longo prazo”, avalia a corretora Um Investimentos.

Nos últimos cinco anos, de acordo com um analista, as ações da AmBev subiram 272%, enquanto as ações da Vale valorizaram apenas 54%. O Ibovespa, no período, subiu 37%.

(Olívia Alonso e Claudia Facchini l iG)

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