Wilson Sons prevê investimento de US$ 150 milhões a US$ 180 milhões

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O diretor financeiro e relações com investidores da subsidiária brasileira da Wilson Sons, Felipe Gutterres, afirmou, há pouco, em teleconferência com analistas, que a empresa deve investir um valor entre US$ 150 milhões e US$ 180 milhões tanto em 2013 quanto em 2014.

Conforme balanço divulgado, no primeiro trimestre, o total de investimento da Wilson Sons foi de US$ 21,5 milhões, uma redução de 45,2% na comparação com igual período de 2012.

Segundo a empresa, a baixa esteve essencialmente relacionada à conclusão dos projetos de expansão do Estaleiro Guarujá e do terminal de contêiner de Salvador (Tecon Salvador). De acordo com Guterres, o grande ciclo de investimentos de 2012 estava voltado para os dois empreendimentos e ele se encerrou.

“Grande parte dos investimentos no primeiro trimestre é referente às obras de expansão do Armazém de Contêineres Vazios (‘Depot’) do Tecon Salvador, assim como a finalização das obras remanescentes no Estaleiro Guarujá II e a construção de novos rebocadores”, informou a companhia.

Os recursos empregados na construção de novas embarcações offshore não estavam incluído nos dados devido a mudanças nas normas contábeis.

Terminal de Salvador

Depois de recuar 2,8% entre janeiro e março deste ano em relação a igual período de 2012, para 61,7 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés), Gutterres disse que a movimentação de contêineres da Wilson Sons no terminal de Salvador tende a apresentar melhora no segundo trimestre.

“Esperamos um segundo trimestre realmente mais forte”, reforçou o executivo. “O terminal tem sazonalmente um segundo trimestre melhor que o primeiro. Os volumes de abril foram bastante fortes em relação a abril de 2012, o que mostra claramente que estamos tirando proveito da expansão”, disse Gutterres, que ressaltou que a safra de frutas fica mais concentrada no segundo trimestre.

Nos quatro meses até abril, a movimentação no Tecon Salvador passou a mostrar um crescimento de 2,7% na comparação anual.

Na apresentação a analistas, a Wilson Sons assinalou que o foco em Salvador está na movimentação de novas cargas, com o desenvolvimento da cabotagem, a atração de volumes como frutas, café e algodão e a conteinerização de produtos a exemplo de soja, trigo, açúcar e fertilizantes.

MP dos Portos

Apesar da aprovação pelo Congresso da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, Gutterres, assinalou que é preciso aguardar uma melhor definição do pacote para a companhia discutir eventuais mudanças e reforçou que o interesse no setor permanece.

“O marco regulatório demanda uma etapa, que é a análise presencial, e a sanção e os vetos do que foi aprovado no Congresso devem tomar mais uns 15 dias úteis. Mas obviamente temos nosso plano de investimentos para os dois terminais (Rio Grande e Salvador)”, disse o executivo, que ressaltou que, embora os planos estejam detalhados, não há nenhuma definição de data de quando a companhia vai discutir com as autoridades a expansão ou a renovação automática dos terminais.

Em relação a novos investimentos, a empresa deixou claro, na teleconferência, que segue monitorando as oportunidades. No setor de óleo e gás, o foco está concentrado nos investimentos na Brasco e na conclusão da aquisição da Briclog, prevista para até junho.

“Continuamos monitorando todas as outras oportunidades de base offshore pela costa que fazem sentido para dar suporte à produção e à exploração de óleo no Brasil e obviamente vamos fazer os investimentos necessários para tirar proveito de projetos que façam sentido do ponto de vista econômico e financeiro”, afirmou Gutterres. “O investimento está no nosso radar como sempre esteve. O investimento em porto é algo que está no DNA da companhia.”

A empresa diz estar de olho em oportunidades tanto nas áreas de óleo e gás como em terminais privativos. “Com o marco regulatório mais definido, essas oportunidade de investimento greenfield em terminais privativos começam a se tornar mais viáveis”, disse o diretor.

(Beatriz Cutait | Valor)

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