O Brasil segue na liderança do mercado de fusões e aquisições na América Latina no período de janeiro a agosto, segundo relatório produzido pela Merrill DataSite, que desenvolve centros de dados virtuais para auditorias, em parceria com a consultoria Mergermarket.
Nos oito primeiros meses do ano, o país concentrou 56,7% das transações na região, com 199 negócios, avaliados em US$ 29,1 bilhões. A expectativa dos autores do relatório é que a atividade mostre aceleração nos próximos meses no segmento de infraestrutura, com a promessa de investimentos de US$ 407 milhões do governo e privatizações no setor de transportes.
O setor de consumo lidera as transações na América Latina em termos de valor desde o início do ano, com 58 negócios que totalizam US$ 14,1 bilhões. Já o segmento de produtos químicos industriais teve a maior atividade, c om 62 ofertas, somando US $ 2 bilhões.
O segmento de energia também esteve entre os maiores acordos de fusão e aquisição registrados de janeiro a agosto, com destaque para a compra da Renova Energia pela Cemig, por US$ 615 milhões, e a aquisição do projeto eólico BW Guirapá I, na Bahia, pelo Banco Santander, por US$ 65 milhões.
O México ficou na vice-liderança das transações na América Latina, com 11,6% dos negócios na região. O país registrou 41 operações de fusão e aquisição, avaliadas em US$ 9,3 bilhões em 2013.
Segundo o estudo, o México deve ganhar representatividade em acordos de fusão e aquisição futuramente, em especial com países como Estados Unidos, Reino Unido e mercados europeus. A expectativa é de mais atratividade com reformas estruturais nos setores de óleo e gás, telecomunicações, tributários e educação, prometidas pelo presidente Enrique Peña Nieto.
Brasil puxa negócios em agosto
As três maiores transações de fusões e aquisições na América Latina em agosto ocorreram no Brasil. A compra da fabricante de bebidas Spaipa pela Coca-Cola FEMSA, por US$ 1,85 bilhão, lidera a lista, seguida pela aquisição da Renova Energia pela Cemig e a venda da FMU para o grupo americano Laureate.
Nos meses de julho e agosto, as atividades de fusões e aquisições na América Latina mostram volumes e preços fracos. Com apenas um mês para terminar o terceiro trimestre, as operações na região somam apenas 82 negócios, no valor de US$ 13,7 bilhões, 15% abaixo em valor e 48% a menos em volume em relação ao terceiro trimestre de 2012, que viu 157 negócios, em um total de US$ 16,1 bilhões.
(Tatiane Bortolozi | Valor)